21 dezembro 2006

totalitarismo

O totalitarismo consiste na invasão do domínio privado pelo público, na substituição da liberdade individual pela soberania do Estado. Não é, necessariamente, um atributo dos regimes ditatoriais, nem se caracteriza por ser ou não exercido legitimamente, isto é, pela força do voto ou pela força das armas.
As democracias e os governos representativos têm vindo a ampliar desmesuradamente o seu âmbito de funções e competências, de tal modo que, nos dias que correm, nenhum domínio social lhes é estranho. À força de expandir os «direitos fundamentais» para além do seu núcleo mais importante dos chamados de «primeira geração», estes acabaram por se tornar inexequíveis e impraticáveis, tendo-se, todos eles, descaracterizado, ao ponto de serem vistos, hoje, como prefácios românticos dos nossos textos constitucionais. Não servem, por isso, como no passado, para imporem limites sérios ao poder do Estado. Como, também, a própria democracia poderá não chegar para conter os seus ímpetos totalitários. Bem pelo contrário, frequentemente, quem chega ao poder quer mais do que quem lá esteve e não tem quaisquer dificuldades em consegui-lo: basta, para tanto, legislar. Os ímpetos de quem nos governa só ciclicamente, de quatro em quatro anos, à beira de eleições, conhecem freios: são os chamados «segundos ciclos da legislatura», onde o poder se adoça à procura do voto.
Se Bertrand de Jouvenel lembrava que a condição natural do poder é a expansão, a tarefa prioritária do liberalismo nas sociedades ocidentais de hoje, altamente complexas, sofisticadas e tecnologicamente desenvolvidas, é, por conseguinte, enfrentar o totalitarismo democrático. Ou seja, pugnar por uma pedagogia cívica e política capaz de remeter o Estado dentro de limites que nunca deveria ter ultrapassado.

3 comentários:

José Pires F. disse...

Que o verdadeiro espírito de Natal, nesta época de partilha de coisas boas, prevaleça com infatigável desejo na nossa amizade e, num golpe de gesto redondo repleto de magia, deixo-te um cabaz de aromas, esperança, felicidade e um voto para que sempre o amor te inunde com a sua companhia.

Boas Festas!

PiresF

Anónimo disse...

Colombo foi Português????????????

A Conferência sobre Colombo na Secção de História da Sociedade de Geografia de Lisboa será no dia 26 de Fevereiro de 2007 ás 17.30 : http://seccaodehistoriadasgl.blogspot.com/2006/07/2-encontro-do-grupo-de-trabalho-de.html
Será dado a cada um dos convidados 30 minutos para a sua apresentação.

O Sr. Manuel da Silva Rosa historiador e autor do livro livro O Mistério Colombo Revelado ( http://www.colombo.bz/novidades.htm ) da editora Ésquilo ( http://www.esquilo.com ) vai falar sobre "A Portugalidade de Colombo" e o Professor Dr. Francisco Contente Domingues falará sobre “A nacionalidade de Colombo: um problema relevante?”
O Sr. Manuel da Silva Rosa vem dos EUA a Lisboa para essa conferência e talvez alguma sessão de assinaturas na FNAC ou Bertrand, onde o seu livro encontra-se já á venda.
Convidamos a todos os interessados a comparecer e trazer todas a pessoas que poderem para não só que se encha a sala mas para que se mostre ao público Português que há interesse por este tema em Portugal. Assim esperamos de abrir os olhos á media e aos representantes públicos e deputados para que no futuro ajudem-nos a promover o Cristóvão Colon Português como já começamos em Outubro 28 de 2006 na nossa vila Alentejana de Cuba.
A história conhecida de um Genovês está equivocada mas essa história só será corrigida com a ajuda de todo o Portugal.
Feliz Natal e Ano Novo.


MANUEL DA SILVA ROSA merece um aplauso pelo seu minucioso trabalho de pesquisa, pela sua agudeza de interpretação e raciocínio, pela sua capacidade descobrir contradicões nos historiadores seus antecessores. Deixa-nos perguntas perante tradicionais "verdades" que não encaixam em lado algum!?...
Na verdade, acho que o livro deve ser lido acompanhando bem as interpretações bastante perspicazes do autor que nos coloca perante factos e documentos que lògicamente, nos conduzem a uma solução.
O livro coloca com bons argumentos
a hipótese da nacinalidade portuguesa, perante a nunca categòricamente provada
nacinalidade Genovesa ou Catalã. Desmonta mesmo a argumentação pouco consistente que outros usaram, talvez levianamente, ou por desconhecimento do ambiente da Corte de D.João II com todas as intrigas político-económicas e sociais
da época.
O livro vale como um todo, pois ao fim e ao cabo todo o seu texto constitui um argumento global. O seu título "O MISTÉRIO COLOMBO REVELADO" define bem o conteúdo.
Resumindo: vale a pena ler.

victor simoes disse...

É verdade Rui, o totalitarismo democrático, é pois nada mais que o conceito "Neoliberal" de democracia. Uma nova forma de exploração do homem pelo homem, a favor dos grandes interesses do capital. Veja-se a falta de ética empresarial, veja-se como grandes multinacionais, controlam governos!

Um bom Ano 2007, que seja de esperança num mundo melhor.