Li com particular interesse o último artigo de Paulo Portas na revista «Tabu» («O valor da peseta»), que compara a evolução de Espanha e Portugal nas últimas décadas, desde o franquismo e o salazarismo até aos nossos dias. A conclusão é simples: Espanha é um país mais evoluído do que Portugal porque tem sido melhor governado. Franco foi melhor do que Salazar, Juan Carlos preferível a Vasco Gonçalves, Felipe González superior a Soares. É aqui, contudo, que o texto ganha contornos e o suspense próprios de um policial: como avaliará Portas a sua prestação no governo português por comparação com o de Aznar? Infelizmente, como na maior parte daquele tipo de romances, também aqui o fim fica muito aquém do resto da história. De tal modo, que Portas se limita a dizer que «Aznar foi muito melhor do que Cavaco (e Durão)», ignorando as suas próprias responsabilidades na liderança da direita portuguesa durante oito anos e na coligação de governo com o PSD.
Parece que Paulo Portas quer voltar à política partidária, onde acalentará a intenção natural de um dia regressar ao poder. É uma expectativa legítima e que, de resto, corresponde a uma indesmentível vocação. Talvez não fosse despiciendo começar por perceber o que correu mal da última vez, quando esteve exactamente no mesmo sítio para o qual quer agora regressar.
Parece que Paulo Portas quer voltar à política partidária, onde acalentará a intenção natural de um dia regressar ao poder. É uma expectativa legítima e que, de resto, corresponde a uma indesmentível vocação. Talvez não fosse despiciendo começar por perceber o que correu mal da última vez, quando esteve exactamente no mesmo sítio para o qual quer agora regressar.
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