Foi com uma tristeza imensa, só comparável à que sentiu a Baronesa Thatcher, que tive conhecimento da morte imprevista do Senhor General Augusto Pinochet.
O General era homem de carnes rijas e faces rosadas, pelo que me custou acreditar que tivesse partido para o além por decisão única e exclusiva do Altíssimo, sem intervenção nefasta de mão humana. Não tinha notícia de que estivesse doente (uma síncopezita, mas o que era isso para um bravo como ele!?), nem que lhe faltassem as forças para continuar neste mundo a combater o comunismo ateu. Por isso, não me espanta que a sua súbita partida tenha sido obra de um qualquer Garzón, a mando do comunismo internacional, embora o «comunismo internacional», ao que julgo saber, já não exista. Parece mesmo que só sobrevive na Cuba de Fidel, que, à falta de melhor, até é um tipo catita. Se ainda estiver vivo, claro está. O mundo anda um pouco estranho, e estas convulsões da política internacional fazem-me espécie e dão-me voltas ao cérebro. É preciso ser muito inteligente para acompanhar isto. Nos bons velhos tempos era tudo mais simples: vermelhos para um lado, democratas para o outro.
Foi nessa época prodigiosa que o General se revelou ao mundo, em todo o seu esplendor, carisma e autoridade. A fotografia que acompanha este «post» deu, na altura, voltas ao mundo, e não fosse o relógio um bocado foleiro, seria o ícone perfeito da liberdade mesclada com a autoridade.
É, assim, com saudade que ainda hoje recordo os tanques nas ruas de Santiago, o ataque à La Moneda, as medidas fortes para tornar o Chile um país de bons costumes e melhores práticas, enfim, um exemplo na América Latina que, infelizmente, não frutificou em muito lado. É com uma lágrima no olho direito que relembro a aliança entre o capitalismo monetarista («La Moneda», estão a ver?) filo-americano de Milton Friedman e o regime de autoridade do General. Como é sabido, para nós liberais, como lembrava Hayek (outro grande admirador do General), a liberdade não sobrevive sem autoridade, e o Estado tem de ser mínimo, mas deve dispor de instituições fortes e céleres no despacho. Foi isso, exactamente, o que fez o General Augusto Pinochet no Chile: nunca se cansou de despachar! Grande homem e grande liberal!
Foi graças a essa Santa Aliança entre o liberalismo de Friedman (e de Hayek) e a autoridade de Pinochet, que o Chile se transformou numa grande e próspera Nação. Certamente maior e mais próspera do que Portugal e, infelizmente, mais pequena e menos próspera do que os EUA, esse farol da humanidade quando os republicanos estão ao leme. E com todos esses êxitos, o General poderia ter-se perpetuado no poder, o que não fez, dada a sua índole de democrata dos quatro costados. Tivesse ele prescindido da asneira de ter feito um referendo (lá como cá, os referendos só dão asneira?) e teria falecido, no Domingo, a comandar a Pátria de que era filho e que o viu nascer há noventa e uma belas primaveras.
Apesar de ter partido tão cedo e ainda com tanto para dar e ensinar, a sua memória e o seu exemplo ficarão entre nós.
Hasta siempre, General Augusto Pinochet!
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