O novo jornal do arq. José António Saraiva faz lembrar o Semanário da era Victor Cunha Rego/Marcelo Rebelo de Sousa, com uns laivos do falecido O Independente e, inevitavelmente, do Expresso. Tudo isto em registo light, fortemente vocacionado para o público feminino (o que é, em Portugal, uma vantagem competitiva).
Tem, porém, duas ou três coisas inadmissíveis, tais como uma famigerada «entrevista imprevista» a Maria Filomena Mónica, onde a sexagenária continua a exibir publicamente a voracidade da sua libido («O corpo de Sócrates deve ser bem feitinho»; «Mário Soares deve ter tido inúmeras amantes»; «correr de cama em cama é algo que se faz aos 17 anos»), a declaração de «compromisso» de Marcelo Rebelo de Sousa com o jornal («Uma palavra só para justificar este diário: a amizade por José António Lima. Se der; dá; se não, logo se verá.»), ou a indirecta da capa ao Expresso («Um jornal que vale por si. Este semanário não oferece brindes nem faz promoções»). Mas, bem pior do que tudo isso, é o destaque na capa da casa judicialmente apreendida de Isaltino, a fazer lembrar o pior «O Independente», e a assinalar o que poderá ser, infelizmente se o vier a ser, o tom do semanário. Diga-se, também, que a opinião política não está capazmente representada, sobretudo para um jornal com estas pretensões. E nem sequer a crónica de Paulo Portas («Ligações Perigosas«), sintomaticamente colocada no espaço paralelo à do Comendador Marques de Correia do Expresso (a última página da revista), dedicada a cinema e a livros, compensa aquela lacuna. Não é certamente assim que o dr. Portas nos conseguirá convencer que não está virado para a política. Não bate com o seu perfil, nem com a sua vocação. E também não é chegada ainda a hora do ex-futuro-líder do CDS se entregar às delícias das comendas.
Com todas estas características - as boas e as más - o Sol está condenado ao sucesso.
Tem, porém, duas ou três coisas inadmissíveis, tais como uma famigerada «entrevista imprevista» a Maria Filomena Mónica, onde a sexagenária continua a exibir publicamente a voracidade da sua libido («O corpo de Sócrates deve ser bem feitinho»; «Mário Soares deve ter tido inúmeras amantes»; «correr de cama em cama é algo que se faz aos 17 anos»), a declaração de «compromisso» de Marcelo Rebelo de Sousa com o jornal («Uma palavra só para justificar este diário: a amizade por José António Lima. Se der; dá; se não, logo se verá.»), ou a indirecta da capa ao Expresso («Um jornal que vale por si. Este semanário não oferece brindes nem faz promoções»). Mas, bem pior do que tudo isso, é o destaque na capa da casa judicialmente apreendida de Isaltino, a fazer lembrar o pior «O Independente», e a assinalar o que poderá ser, infelizmente se o vier a ser, o tom do semanário. Diga-se, também, que a opinião política não está capazmente representada, sobretudo para um jornal com estas pretensões. E nem sequer a crónica de Paulo Portas («Ligações Perigosas«), sintomaticamente colocada no espaço paralelo à do Comendador Marques de Correia do Expresso (a última página da revista), dedicada a cinema e a livros, compensa aquela lacuna. Não é certamente assim que o dr. Portas nos conseguirá convencer que não está virado para a política. Não bate com o seu perfil, nem com a sua vocação. E também não é chegada ainda a hora do ex-futuro-líder do CDS se entregar às delícias das comendas.
Com todas estas características - as boas e as más - o Sol está condenado ao sucesso.
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