20 junho 2006

ordem no caos

Afinal, o meu último «post» está completamente desactualizado e não faz qualquer sentido: o «Público», num artigo hoje publicado («link» indisponível), assegura que existem escolas de saúde a mais em Portugal e que, no ano 2010, mais de 50% dos profissionais da área estarão no desemprego.O fascínio que sempre tive pela astrologia económica só é suplantado pela admiração que tenho pelos astrólogos. Neste caso, os srs. Jorge Conde, responsável da Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra, e o sr. Almerindo Rego, presidente do Sindicato das Ciências e Tecnologias da Saúde. Ambos devidamente sustentados no célebre parecer do Prof. Amaral (ver «post» anterior), propõem a criação urgente de «um grupo de trabalho, da responsabilidade do Parlamento e que integre os responsáveis dos ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior» para pôr ordem no caótico sector. Por outras palavras: para reduzir ainda mais a oferta e impedir que ela se vire para outras especialidades. Uma sugestão construtiva: não se limitem a «pôr na ordem» o sector do ensino da saúde em Portugal. Aproveitem o balanço, os estudos realizados e o parecer do Prof. Amaral (que conviria emoldurar e pendurar à porta do Ministério), e invistam sobre as Universidades espanholas, o Tribunal de Justiça da União Europeia e, já agora, as Instituições comunitárias em geral (escusam de visitar o Parlamento Europeu).Está visto que o ensino da saúde é, em Portugal, um enorme negócio, como bem afirmam as citadas personagens. É pena que não esclareçam exactamente para quem.