18 abril 2006

líderes

O Dr. Ribeiro e Castro perdeu já a conta ao número de candidatos a líderes que terá que enfrentar no próximo extraordinário Congresso Extraordinário do CDS. Compreensivelmente, a um tipo que tenha chegado aos trinta e que ainda ande pelo CDS, não lhe resta alternativa senão ambicionar chefiar o partido onde nasceu para a política e alguns até mesmo para a vida. Depois, há outros factores: a mulher lá em casa («Josué, chegou a tua hora! Não te deixes amesquinhar! Ficas sempre em último em tudo onde vais!»), os colegas do escritório («Ó Tóni, não és homem e não és nada, se não te vais àquilo!»), as amigas e conhecidas («Não te julgava capaz de te cortares, Joaquim! Na intimidade não falas assim.»), ao patrão («Ó Marcelino, ó você aparece este fim-de-semana na TV a discursar às massas, ou bem pode ir arrumando a secretária!»). Enfim, um sem mundo de estímulos à vocação de liderança de qualquer democrata-cristão que se preze.
Depois, há ainda a regra que a Comissão Directiva introduziu de indexar uma carantonha a cada uma das moções de estratégia a concurso. A ideia é disparatada. Já se sabe que as moções dos congressos partidários são tratados de reflexão política, prenhes de ideias e informação, que fogem à lógica aparelhística do «meter nojo no Congresso e eleger uns gajos para o Conselho Nacional». São, pelo contrário, contributos importantes para a vida de qualquer partido e do país, que, de resto, as direcções em vigência muito apreciam. Mas a ideia é ainda mais absurda, por pecar por escassa. Dadas as circunstâncias, o que convinha ao CDS era que cada Congressista fosse, ele mesmo, um candidato formal a líder do partido. De outro modo, há talentos que podem ficar injustamente excluídos. Veja-se, por exemplo, o caso de Ribeiro e Castro: no último Congresso nem moção apresentou, não tinha cargos na Direcção e saiu de lá eleito presidente.
Decididamente, a modéstia foi sempre um dos males da pátria.

3 comentários:

António Torres disse...

de entre todas as candidaturas, a mais curiosa, e que exala perfumes de revolta, é o chefe do coro pretender passar a mestre da banda.
ehehhehe

António Viriato disse...

Mas porque diabo um Partido tem de ser sempre dirigido por alguém carismático ? O mais vulgar é os líderes não terem Carisma nenhum, mas apenas mais ou menos habilidade comunicativa, perícia verbal e, deseja-se, alguma competência, em alguma área do saber, acompanhada de uma dose cada vez mais minguada de honestidade. Com isto têm os Partidos de conformadamente viver, até que a Providência ou os Fados lhes descubram alguém mais dotado para a tarefa dirigente. Isto se não confiam no valor do trabalho quotidiano, na eficácia da organização que deveriam criar, na base daqueles comezinhos valores que soíam sustentar as Instituições...

Francisco Múrias disse...

Sangue inocente para a populaça
Um tio meu de 83 anos é arguido no caso da ponte de entre os rios, soube hoje pelo telejornal.
Se ele não fosse meu tio nem ligava às noticias( Lia os titulos) Como é meu tio li no DN:
A ponte caiu em 2001 em 1986 foi feita uma vistoria à ponte que revelava alguns problemas mas nada de urgente.(como ficou provado: a Ponte caiu 15 anos depois)
Mas tendo ele hoje 83 anos em 2001 tinha 78 . Se se reformou aos 65 reformou-se em 1988. De 1988 a 2001 passaram-se treze anos Eu em 1986 tinha 24 anos hoje tenho 44 . 24 anos é mais de metade da minha vida.
Isto é uma infamia Uma infamia que prova que estamos atulhados em porcaria até à testa.

O catecismo diz que nos podemos revoltar DE ARMAS NA MÃO quando está em causa uma grande injustiça. Mas apenas quando temos a certeza da vitória e essa revolta não provoque mais mal do que bem . Como aqui temos a certeza da derrota não nos podemos revoltar AINDA

Mas O POVO diz AINDA. PAREM COM AS INFAMIAS PAREM ...POR FAVOR PAREM A PACIENCIA TEM LIMITES ...
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