02 abril 2006

as aventuras de um chinês na china

O Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal foi a Otava para defender os direitos dos portugueses repatriados. Insinuou desconfianças, contratou um advogado para se inteirar se o governo do país estava a cumprir a lei, e conseguiu, «por cortesia», ser recebido pelos seus homólogos dos Negócios Estrangeiros e da Emigração.
Regressou, ontem mesmo, de nariz caído, e com a surpreendente informação, que lhe terá sido transmitida pelos seus anfitriões, de que, no Canadá, «quem está ilegal tem que se ir embora, como em Portugal». Nada que certamente lhe não lhe pudessem ter dito pelo telefone, ou ao seu embaixador local, de modo a poupar-nos a tão exótica epopeia. Pelo caminho, ainda escutou uns enxovalhos de um tal Richard Boraks, advogado dos portugueses vitimados pela medida de expulsão, que considerou a sua visita ao Canadá «um insulto».
Em face disto, subsiste apenas uma dúvida: por quanto tempo mais vai José Socrates manter este democrata-cristão nas Necessidades? Talvez fizesse mais falta no Largo do Caldas, onde, quem sabe, o seu regresso pudesse contribuir para o ambiente de animação generalizada que por lá vai e que tanto tem divertido o país. É só uma sugestão.



Do prestigiado jornal brasileiro «O Notícias Falsas»:

«Celso Amorim, Ministro das Relações Exteriores do governo brasileiro, acabou de regressar ao seu país depois de uma breve visita a Lisboa, para reunir com o seu homólogo do governo português. Na agenda do encontro, a expulsão de mais de 200 cidadãos brasileiros que viviam clandestinamente em Portugal.
O caso provocou, nos últimos dias, alguma tensão entre Lisboa e Brasília, tendo Celso Martins qualificado a atitude portuguesa de «muito suspeita e de duvidosa legalidade». À chegada a Portugal, o Ministro fazia-se acompanhar de um advogado especializado na legislação portuguesa sobre imigração, por acaso o mesmo causídico que patrocinou a drª Fátima Felgueiras na sua fugaz passagem por Terras de Vera Cruz. O ministro manifestou-se chocado com o tratamento que a comunicação portuguesa dera ao sucedido, nomeadamente por ter qualificado os cidadãos brasileiros em causa como marginais.
O Palácio das Necessidades fez saber que apenas recebia o ministro «por cortesia», realçando em comunicado que «em Portugal, a lei é para cumprir e quem não estiver autorizado a residir no país terá de o abandonar. Como em qualquer Estado de Direito», conclui o comunicado.
O incidente foi mais um dos muitos episódios que têm agravado as relações entre Portugal e o Brasil, depois da saga dos célebres «dentistas brasileiros», das permanentes reclamações das autoridades brasileiras pelas expulsões de compatriotas seus e pelo modo como os mesmos são tratados pelas autoridades portuguesas».

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