Ontem, um dos mais reputados jogadores da política portuguesa, o dr. Santana Lopes, voltou a jogo, numa longa e bem estudada prestação na SIC-Notícias. Fê-lo ao fim de alguns meses de jejum, depois de uma pesada derrota que lhe dizimou por completo as finanças, e o impediu de frequentar os casinos políticos e as suas salas de jogo durante quase um ano. Mas o vício fala sempre mais alto e ontem Santana regressou. Ao que parece, deram-lhe crédito imediato, a avaliar pelo tempo de antena e pelos comentadores expressamente deslocados para avaliarem a prestação.
Como está cientificamente demonstrado, a política possui um grau de viciação e habituação tóxica muito mais elevado do que qualquer outro jogo de sociedade, ou mesmo do que as drogas leves e duras. A necessidade de palco, de se sentir importante, de ter holofotes e microfones espetados na cara, de emitir opiniões a pedido sobre os temas mais luxuriantes, a adrenalina das eleições e das contagens de votos, dos discursos e dos comícios, as conspirações e a intriga, viciam quase de imediato, ao primeiro contacto, quem se lhes exponha. A dependência económica também é um factor importante, embora a maior parte dos especialistas clínicos não o considerem essencial neste tipo de patologia. A probabilidade de reincidência é elevadíssima, atingindo quase os 100%, mesmo em antigos jogadores afastados há muito tempo, por tratamentos ocupacionais alternativos (o exercício de uma profissão bem sucedida, por exemplo), ou o excesso de idade para se conservarem as necessárias aptidões para o jogo. Vejam-se, a título ilustrativo, os casos recentes de Aníbal Cavaco Silva e Freitas do Amaral, ou de Mário Soares e Manuel Alegre. António Guterres mantém-se sob observação numa clínica estrangeira, enquanto Paulo Portas, cujo elevado grau de viciação é publicamente conhecido, tem sido visto a rondar as portas de alguns casinos e, até, de salas de jogo clandestinas. Para além de ter voltado a fumar e a roer as unhas, hábitos de que se tinha conseguido afastar na sua passagem governativa.
O Ministro da Saúde, Correia de Campos, ele próprio um reincidente, já declarou que o seu governo segue o assunto co atenção, «visto tratar-se de uma doença que afecta milhares de portugueses, que não escolhe idades e, portanto, poderá transformar-se numa séria ameaça à saúde pública» Disse ainda que se o Estado dispusesse de mais verbas as aplicaria em clínicas de tratamento e em investigação científica de ponta. «Mas, infelizmente, as finanças estão como estão», disse. «Pelo menos, é o que me diz o meu colega da tutela que, por sinal, tem prestado algumas declarações menos felizes sobre a sustentabilidade do Estado, às quais o Sr. Primeiro-Ministro deveria estar mais atento», concluiu.
Como está cientificamente demonstrado, a política possui um grau de viciação e habituação tóxica muito mais elevado do que qualquer outro jogo de sociedade, ou mesmo do que as drogas leves e duras. A necessidade de palco, de se sentir importante, de ter holofotes e microfones espetados na cara, de emitir opiniões a pedido sobre os temas mais luxuriantes, a adrenalina das eleições e das contagens de votos, dos discursos e dos comícios, as conspirações e a intriga, viciam quase de imediato, ao primeiro contacto, quem se lhes exponha. A dependência económica também é um factor importante, embora a maior parte dos especialistas clínicos não o considerem essencial neste tipo de patologia. A probabilidade de reincidência é elevadíssima, atingindo quase os 100%, mesmo em antigos jogadores afastados há muito tempo, por tratamentos ocupacionais alternativos (o exercício de uma profissão bem sucedida, por exemplo), ou o excesso de idade para se conservarem as necessárias aptidões para o jogo. Vejam-se, a título ilustrativo, os casos recentes de Aníbal Cavaco Silva e Freitas do Amaral, ou de Mário Soares e Manuel Alegre. António Guterres mantém-se sob observação numa clínica estrangeira, enquanto Paulo Portas, cujo elevado grau de viciação é publicamente conhecido, tem sido visto a rondar as portas de alguns casinos e, até, de salas de jogo clandestinas. Para além de ter voltado a fumar e a roer as unhas, hábitos de que se tinha conseguido afastar na sua passagem governativa.
O Ministro da Saúde, Correia de Campos, ele próprio um reincidente, já declarou que o seu governo segue o assunto co atenção, «visto tratar-se de uma doença que afecta milhares de portugueses, que não escolhe idades e, portanto, poderá transformar-se numa séria ameaça à saúde pública» Disse ainda que se o Estado dispusesse de mais verbas as aplicaria em clínicas de tratamento e em investigação científica de ponta. «Mas, infelizmente, as finanças estão como estão», disse. «Pelo menos, é o que me diz o meu colega da tutela que, por sinal, tem prestado algumas declarações menos felizes sobre a sustentabilidade do Estado, às quais o Sr. Primeiro-Ministro deveria estar mais atento», concluiu.
3 comentários:
"A probabilidade de reincidência é elevadíssima, atingindo quase os 100%, mesmo em antigos jogadores afastados há muito tempo, por tratamentos ocupacionais alternativos (o exercício de uma profissão bem sucedida, por exemplo)"
Presumo que isto tambem se aplique ao Rui... ;-)
Ja agora: ha um "ontem" a mais no primeiro paragrafo.
Bem-hajas pelo «ontem, caro Consultor. Escapou. Quanto ao primeiro comentário, deves ter-te enganado no destinatário. Talvez a nossa anterior casa comum, digo eu?...
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