Ao invés do que uma observação linear e básica poderá sugerir, a atitude liberal perante o Estado, a religião e a laicidade não é exactamente esta de mandar retirar os crucifixos das escolas ou dos locais públicos (sustentados por dinheiro dos contribuintes), como está a acontecer agora em Portugal. Impor a mesma decisão, sem ter em conta as realidades locais das populações que as frequentam, é de uma atroz violência, a fazer lembrar o episódio francês das burkas islâmicas, ou outros mais graves de perseguições dos poderes públicos movidas por razões religiosas.
Para alguma coisa têm as escolas direcções e órgãos responsáveis. E a elas deveria caber, em face das realidades locais com que têm de lidar, a escolha de manter ou retirar os símbolos religiosos, sejam eles quais forem. Em Portugal podem existir escolas inseridas em comunidades, talvez as mais urbanas, onde a importância do cristianismo seja reduzida ou até problemática. Outras existirão, certamente, em que sucederá o inverso. Impor uma decisão igual para realidades diferentes é uma atitude tipicamente socialista, que um liberal não deverá tolerar.
Por outro lado, o argumento de que uma criança, ou um jovem, poderá ficar irremediavelmente condicionado nas suas escolhas por estar perante símbolos religiosos, é, também, um falso argumento. É fazer dos seres humanos estúpidos, negando-lhes a capacidade de, em idade própria, usarem as suas capacidades intelectuais para racional e livremente tomarem as suas opções. É, naturalmente, o começo do socialismo, impondo aos cidadãos quem pense por eles, por, supostamente, eles não o saberem fazer.
O Estado deverá ser, segundo o liberalismo, nessas e noutras matérias, efectivamente neutro. Aplicar, por via governamental, uma única decisão nesta matéria não demonstra imparcialidade. Ao impor a laicidade, o Estado não está a ser neutro, mas a tomar partido por um dos pólos da questão, desrespeitando outras opções dos cidadãos e das comunidades.
É socialismo puro e duro e, por isso, o liberalismo deverá opor-lhe resistência.
Para alguma coisa têm as escolas direcções e órgãos responsáveis. E a elas deveria caber, em face das realidades locais com que têm de lidar, a escolha de manter ou retirar os símbolos religiosos, sejam eles quais forem. Em Portugal podem existir escolas inseridas em comunidades, talvez as mais urbanas, onde a importância do cristianismo seja reduzida ou até problemática. Outras existirão, certamente, em que sucederá o inverso. Impor uma decisão igual para realidades diferentes é uma atitude tipicamente socialista, que um liberal não deverá tolerar.
Por outro lado, o argumento de que uma criança, ou um jovem, poderá ficar irremediavelmente condicionado nas suas escolhas por estar perante símbolos religiosos, é, também, um falso argumento. É fazer dos seres humanos estúpidos, negando-lhes a capacidade de, em idade própria, usarem as suas capacidades intelectuais para racional e livremente tomarem as suas opções. É, naturalmente, o começo do socialismo, impondo aos cidadãos quem pense por eles, por, supostamente, eles não o saberem fazer.
O Estado deverá ser, segundo o liberalismo, nessas e noutras matérias, efectivamente neutro. Aplicar, por via governamental, uma única decisão nesta matéria não demonstra imparcialidade. Ao impor a laicidade, o Estado não está a ser neutro, mas a tomar partido por um dos pólos da questão, desrespeitando outras opções dos cidadãos e das comunidades.
É socialismo puro e duro e, por isso, o liberalismo deverá opor-lhe resistência.
3 comentários:
Excelente post.
Se tivesse sido a Comissão da Liberdade Religiosa (e não a ALR) a pressionar para a aplicação desta lei, este post alguma vez teria existido?
excelente, é de linkar e guardar. Só uma nota. Eu não lhe chamo socialismo puro e duro porque nem os comunas no PREC conseguiram fazer algo idêntico. Creio que é um fenómeno novo ligado ao poder dos lobbies e modo como estes se ligam a partidos governamentais.
Estamos aos poucos a assistir à ditadura das minorias sob o manto do politicamente correcto.
Este caso é exemplar. Em 6 meses meia dúzia de mecos militantes do ateísmo conseguiram fazer aprovar uam resolução miniserial aproveitando a mudança de governo.
Conseguiram e estão inclusive a conseguir criar um falso caso social totalmente fabricado pelo seu proselitismo.
Não houve qualquer problema social pela existência dos ditos crucifixos, tão esquecidos quanto as escolas por parte do poder.
Mas meia dúzia de pessoas conseguiu transformar o convívio pacífico com uma guerra de interesses em que apenas se apresenta um opositor chamdo ateísmo sob a capa de um estúpido legalismo laico.
As palavras servem para tudo. Neste caso estão a servir para ganharem poder ainda que eu pense que em termos de população o que mais provável é conseguirem o contrário.
È de tal modo idiota e inútil que só mesmo para quem não vive os verdadeiros problemas dessas localidades pode ser motivo de regozijo.
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