(Continuação daqui)
5. Por que é que os pobres morrem mais cedo que os ricos, porque Deus tem uma "opção preferencial" por eles e os leva mais cedo para junto d' Ele?
A Igreja ensina que Deus ama a todos igualmente e que a vida humana, em sua dignidade, é preciosa aos olhos de Deus, independentemente da condição social, econômica ou financeira (cf. Catecismo da Igreja Católica, CIC 1701). A "opção preferencial pelos pobres" é uma expressão que se refere ao amor e à compaixão que Deus manifesta pelos pobres e marginalizados, mas isso não significa que Deus leve as pessoas "mais cedo" para junto d'Ele com base em sua pobreza. Pelo contrário, a Igreja defende que cada pessoa tem um valor imensurável diante de Deus, e a morte não é uma questão de privilégio, mas de mistério divino.
A razão pela qual as condições de vida das pessoas mais pobres podem levar a uma morte mais precoce está mais relacionada com fatores sociais, econômicos e de saúde que afetam essas populações de maneira mais intensa, como falta de acesso a cuidados de saúde adequados, alimentação insuficiente, e situações de vida mais precárias. Isso, no entanto, não é uma escolha direta de Deus, mas um reflexo das injustiças sociais no mundo.
Deus, em Sua misericórdia infinita, não faz acepção de pessoas (cf. Atos 10,34), e a Igreja é chamada a trabalhar para combater as causas das desigualdades e promover a dignidade humana de todos, especialmente dos mais necessitados. O Catecismo nos ensina que devemos acolher os pobres e trabalhar pela justiça social (cf. CIC 2443-2449).
Em relação ao mistério da morte, a Igreja ensina que todos nós somos chamados a confiar na bondade de Deus e a compreender que Ele tem um plano para cada pessoa, mesmo quando as circunstâncias da vida são difíceis ou incompreensíveis. O sofrimento e a morte prematura podem ser oferecidos como um sacrifício a Deus, e Ele pode usá-los para a salvação das almas.
Em resumo, não se trata de uma "opção preferencial" de Deus para levar os pobres mais cedo, mas sim de uma realidade social que a Igreja nos chama a remediar com caridade e justiça, sabendo que a morte, para todos, é um mistério que pertence a Deus.
(Continua acolá)

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