(Continuação daqui)
Ex-deputado Gabriel Mithá Ribeiro
472. A primeira tentativa
"Implementado em maio de 2021, a razão de ser do Gabinete de Estudos era ir preparando reformas
estruturais para cada setor da governação, em simultâneo atrair académicos e especialistas dessas
áreas. Consegui que fosse nascendo um espaço relativamente despolitizado e tranquilo no interior de
um partido agitado, numa época da sua forte rejeição nos meios académicos e intelectuais. Atrair
pessoas qualificadas obrigaria o Chega a alguma capacidade de encaixe de críticas internas, sem
dramas ou histerismos, o que me pareceu fundamental. Programei reuniões à porta fechada, mas com
o complemento do debate social aberto na minha página online de deputado, à qual tinha de impor um
forte conteúdo de liberdade intelectual, chamariz de pessoas qualificadas e antídoto contra o
histerismo jornalístico. A primeira tentativa foi publicar um texto crítico sobre a atuação do Chega na
área da justiça da autoria do economista Pedro Arroja, então colaborador notável do Gabinete de
Estudos e envolvido numa causa judicial contra o atual ministro do PSD Paulo Rangel, agora vencida de
forma arrasadora com recurso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Em agosto de 2022, minutos
depois dessa primeira publicação até hoje discreta, recebi um telefonema intempestivo, agressivo e
insultuoso de André Ventura a exigir que retirasse de imediato o texto da minha página de deputado.
Respondi que não o faria sugerindo uma conversa menos acesa no dia seguinte, até porque ficaria
melindrada a abertura do partido aos meios académicos e intelectuais. André Ventura desligou
abruptamente a chamada. Antes de qualquer nova conversa, no dia seguinte fiquei a saber, pelas
notícias, que tinha sido afastado da coordenação do Gabinete de Estudos, pelo que não fazia sentido
continuar vice-presidente de quem me defenestrava, cargo na Direção Nacional do Chega que tinha
assumido na Convenção de Évora (setembro de 2020)."
estruturais para cada setor da governação, em simultâneo atrair académicos e especialistas dessas
áreas. Consegui que fosse nascendo um espaço relativamente despolitizado e tranquilo no interior de
um partido agitado, numa época da sua forte rejeição nos meios académicos e intelectuais. Atrair
pessoas qualificadas obrigaria o Chega a alguma capacidade de encaixe de críticas internas, sem
dramas ou histerismos, o que me pareceu fundamental. Programei reuniões à porta fechada, mas com
o complemento do debate social aberto na minha página online de deputado, à qual tinha de impor um
forte conteúdo de liberdade intelectual, chamariz de pessoas qualificadas e antídoto contra o
histerismo jornalístico. A primeira tentativa foi publicar um texto crítico sobre a atuação do Chega na
área da justiça da autoria do economista Pedro Arroja, então colaborador notável do Gabinete de
Estudos e envolvido numa causa judicial contra o atual ministro do PSD Paulo Rangel, agora vencida de
forma arrasadora com recurso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Em agosto de 2022, minutos
depois dessa primeira publicação até hoje discreta, recebi um telefonema intempestivo, agressivo e
insultuoso de André Ventura a exigir que retirasse de imediato o texto da minha página de deputado.
Respondi que não o faria sugerindo uma conversa menos acesa no dia seguinte, até porque ficaria
melindrada a abertura do partido aos meios académicos e intelectuais. André Ventura desligou
abruptamente a chamada. Antes de qualquer nova conversa, no dia seguinte fiquei a saber, pelas
notícias, que tinha sido afastado da coordenação do Gabinete de Estudos, pelo que não fazia sentido
continuar vice-presidente de quem me defenestrava, cargo na Direção Nacional do Chega que tinha
assumido na Convenção de Évora (setembro de 2020)."
Comentário: O texto a que se refere o autor foi originalmente publicado neste blogue com o título "decepcionado": cf. aqui
(Continua acolá)

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