(Continuação daqui)
4. Do ponto de vista económico
Na conversa Milhão v. Frazão, o Milhão consegue atrapalhar o Frazão quando fala do programa económico do Chega.
O Chega começou com um programa económico liberal nas eleições de 2019 e 2022 mas virou social-democrata nas eleições seguintes. Sem esta viragem dificilmente teria conquistado 50 deputados nas eleições de 2024 e 60 nas eleições de 2025.
Os eleitores querem benesses do Estado que Frédéric Bastiat definiu como "a grande ilusão em que cada um procura viver à custa de todos os outros" . Em Portugal, quem não prometer benesses do Estado aos eleitores não conseguirá votos. É uma questão de cultura.
Do ponto de vista económico, o governante mais liberal que Portugal teve no último século foi Salazar. À sua morte em 1968 o Estado pesava 16% no PIB (hoje pesa três vezes mais). Salazar desconfiava mesmo das tendências sociais-democratas do seu sucessor, Marcello Caetano (que, de facto, aumentou o peso do Estado na economia para 20% à data da queda do regime, em 1974).
É este liberalismo que explica o extraordinário crescimento económico de Portugal durante o Estado Novo e que a Democracia nunca conseguiu igualar.
Disse Salazar:
"Sou absolutamente hostil a todo o desenvolvimento de actividade económica do Estado em todos os domínios em que não esteja demonstrada a insuficiência dos particulares. Admito, sim, e procuro a cada momento desenvolver a intervenção dos poderes públicos na criação de todas as condições internas ou externas, materiais ou morais, necessárias ao desenvolvimento da produção". "Oliveira Salazar, entrevistas a António Ferro"

Sem comentários:
Enviar um comentário