A propósito do 10 de Junho e do debate sobre a imigração, eu tenho ficado impressionado com alguns argumentos que apresentam o país como tolerante e aberto à diversidade cultural.
Estes argumentos esquecem que Portugal, juntamente com a Espanha, foram os autores da Inquisição, o mais poderoso instrumento da cultura ocidental ou cristã para fazer a limpeza cultural da Península Ibérica e reduzir Portugal, bem como a Espanha, a uma só cultura - a católica.
As diferenças culturais eram lançadas na fogueira. Intolerância e unicidade cultural é aquilo que caracteriza Portugal e daí as suas dificuldades acrescidas - em comparação com outros países como a Inglaterra ou os EUA , este, literalmente, um país de imigrantes - para lidar com a imigração.
Dizer que Portugal é um país tolerante e aberto é a mais recente anedota que se conta nos mentideros da esquerda política. A realidade é exactamente ao contrário.
Andaram os inquisidores, coitados, durante séculos, com tanto carinho, a deitar gente à fogueira para unificar a cultura e nós, agora, a dizer que somos muito abertos a outras culturas... Eles hão-de estar a dar voltas na cova...
Enfim, um país de inquisidores armado em modernaço.
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