(Continuação daqui)
12. The childless cat woman
Dois dos valores promovidos pelo Populismo são a família e a autoridade, e estes valores estão relacionados através da figura da mulher, confirmando que o Populismo é, na essência, um movimento predominantemente feminino.
O principal autor [a palavra de onde deriva autoridade] do ser humano é a mãe, seguida a uma certa distância pelo pai. Por isso, a primeira forma de autoridade conhecida por qualquer ser humano é a autoridade da mãe e só em segundo lugar, a do pai.
Um movimento como é o Populismo que pretenda restaurar o valor da autoridade na sociedade tem também, como condição sine qua non, de restaurar a família cristã tradicional, composta por mãe, pai e filhos, e que tem no centro a figura da mãe. É na família que o ser humano toma pela primeira vez contacto com o valor da autoridade, e é aí que ele é educado a obedecer e a reconhecer que tem de prestar contas a alguém pelos seus actos.
Embora a autoridade seja frequentemente exteriorizada pela figura do homem, no recato da família é a mulher que manda - ela manda nos filhos e, através do seu serviço à família, acaba também a mandar no marido e, com o tempo, frequentemente numa comunidade alargada de familiares e amigos.
Não é surpreendente, aliás, que a palavra mandar se tenha universalizado a partir de um país que possui uma cultura fortemente católica e, portanto fortemente feminina, cujo centro é a figura de Maria - Portugal. A palavra mandarim que designa a língua falada na China e que é utlizada nos países anglo-saxónicos para designar os altos funcionários do Estado tem origem no verbo português mandar.
O Populismo tem, portanto, como paradigma, a mãe-de-família que reúne os valores da família e da autoridade. O paradigma oposto de mulher, o paradigma da mulher que não reúne nem autoridade nem família, que é o paradigma do liberalismo [no sentido americano de esquerdismo] e que os Populistas criticam, foi popularizado pelo vice-presidente J. D. Vance na última campanha eleitoral americana. É a figura da "Childless cat lady" (cf. aqui) ("a mulher dos gatos sem filhos").
A mãe-de-família tem autoridade sobre os filhos, sobre o marido e frequentemente sobre um círculo alargado de pessoas que giram à sua volta, uma autoridade que acaba por lhe ser reconhecida pela sociedade em geral. Ela manda em muita gente.
-E a childless cat woman?
-Essa só manda no gato.
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