(Continuação daqui)
55. Popular na América
J. D. Vance, o vice-presidente americano, é geralmente considerado o intelectual da nova administração Trump. Nasceu pobre, os pais divorciaram-se cedo, foi educado pelos avós com uma religiosidade protestante. Converteu-se ao catolicismo em 2019 e no seu já célebre discurso de Munique, citado em baixo (cf. aqui), não hesita mesmo em referir-se ao Papa João Paulo II como um dos maiores promotores modernos da democracia.
Vance faz parte de um novo movimento de ideias nascido recentemente nos EUA e que parece guiar a agenda política da nova Administração Trump. Chama-se "Post-liberalismo" (cf. aqui), sendo de salientar que a palavra "liberal" tem na América um significado que é exactamente oposto daquele que tem na Europa, significando lá um militante de esquerda, do Partido Democrata, um adepto da cultura "woke".
O post-liberalismo está largamente influenciado pelo catolicismo e aproxima-se bastante do Integralismo que esteve em voga na Europa há cerca de um século, e que foi cultivado em Portugal por nomes como António Sardinha e Pequito Rebelo.
O Integralismo Lusitano foi muito influente no pensamento de Salazar e na criação do Estado Novo. É por isso que Salazar começa a ser popular na América. O movimento post-liberal está muito próximo do pensamento político de Salazar, o qual é considerado por alguns postliberais como sendo superior ao pensamento político contido na Constituição Americana:
"Patterson, a political theorist, told the Register that “post-liberalism is an attempt to rehabilitate right-wing Catholic authoritarianism once prominent in Europe and Latin America during the late 19th and 20th centuries.” He added that post-liberals have pointed to the reign of figures like Portuguese dictator Antonio de Oliveira Salazar as “superior to the American Constitution.” (cf. aqui).
(Continua acolá)

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