18 fevereiro 2025

O Muro da Vergonha (57)

 (Continuação daqui)



57. The articles of the faith


Quando perguntam ao vice-presidente americano, J. D. Vance, o ideólogo da nova Administração Trump, por que é que aderiu ao catolicismo, vindo do protestantismo cristão, uma das razões que ele apontou foi a mesma que o economista Friedrich Hayek sugeriu para um cristão escolher o catolicismo.

Vale a pena contar a história de Hayek e a sua relação com a religião. Ele nasceu numa família de aristocratas católicos da Áustria e toda a sua vida se comportou como um aristocrata. Porém, nos países onde fez a sua carreira académica (London School of Economics, Inglaterra, e University of Chicago EUA), a qual lhe viria a dar o Prémio Nobel da Economia em 1974, não era nada popular identificar-se como um católico.

E foi assim que, em público, Hayek toda a vida se apresentou como um agnóstico, em certo momento chegando mesmo a sugerir que tinha ascendência judaica. Porém, quando se reformou da academia, no seu último livro ("The Fatal Conceit - The Errors of Socialism")  decidiu admitir publicamente, no último capítulo,  a influência decisiva da religião nas sociedades, para escândalo de muitos dos seus discípulos. 

Foi nessa altura,  quando lhe perguntaram, se tivesse de optar por uma religião, qual escolheria, ele respondeu que escolheria a religião católica "because it contains the articles of the faith". Aceitou ter um funeral católico, que foi presidido por um bispo seu amigo.

É esta disciplina doutrinal do catolicismo que impressionou J. D. Vance. Em lugar de andarem por aí a interpretar a Bíblia e a discuti-la, sem nunca chegarem a acordo - daí a multiplicidade das seitas protestantes - o catolicismo oferece um código moral e religioso firme e consagrado pelo tempo.

Para um católico, o Livro mais importante não é a Bíblia. É o Catecismo da Igreja Católica, o qual interpreta a Bíblia à luz da experiência histórica da humanidade (tradição).

(Continua acolá)

Sem comentários: