29 janeiro 2025

O Muro da Vergonha (21)

 (Continuação daqui)



21. Uma família elitista


"Eu vinha de uma família radical, o meu avô materno tinha sido um radical dos anos de 1890, daqueles que deram vida à chamada Revolução do Parque que no final do século XIX provocou a queda do Presidente Miguel Juárez Sélman. De certo modo, uma família elitista (...).

"(...) Recordo um domingo, teria quinze anos, num almoço em casa dos avós maternos: estava um tio, Guillermo, que era empresário, um homem bom, o marido da tia Catalina, que falava, dizia mal, falava contra Perón e nunca mais se calava... Então, fartei-me de ouvir aquele disco riscado e irritei-me: "Mas tu não tens direito", disse-lhe, "Tu és rico, o que sabes tu dos pobres, dos problemas e dos sofrimentos dos pobres?"... Cruzaram-se os insultos, a discussão descontrolou-se. Até  que agarrei no sifão da água com gás e lho pulverizei na cara. (...)

"Sempre fui um inquieto da política, sempre (...) Porém, foi sobretudo a minha primeira reacção em defesa dos pobres. Uma tensão, um aspecto social que em seguida procurei e reencontrei cada vez mais na Igreja, na sua doutrina que nos interpela para que lutemos contra todas as formas de injustiça, sem nos deixarmos arrastar nem pela colonização ideológica, nem pela cultura de indiferença". 
(Papa Francisco, ESPERANÇA - A Autobiografia, Lisboa: Nascente, Janeiro 2025, pp. 149-51, ênfases meus).


Este pequeno excerto da sua autobiografia diz tudo acerca do background do Papa Francisco: uma família radical, revolucionária e elitista;  a aversão agressiva aos ricos e o amor aos pobres; a inquietude política e o aspecto social; e, mais: jesuíta. Está feito o socialista completo para liderar a Igreja Católica e perpetuar a pobreza no continente mais católico do mundo - a América Latina donde ele próprio vem.

(Em Portugal, na sua juventude, teria sido do Bloco de Esquerda).


(Continua acolá)

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