14 setembro 2024

MONTE_NEGRO



MONTE_NEGRO

 

Portugal está entalado, em termos económicos, sociais e políticos. Entregamos a nossa soberania a terceiros por um prato de lentilhas e agora temos as mãos atadas para lidar com os desafios que se nos deparam. A situação, do meu ponto de vista, é NEGRA e creio que do palácio de S. Bento a perspectiva não será diferente.

 

Luís Montenegro é Primeiro-Ministro e líder do governo, mas em termos europeus é uma espécie de autarca constrangido pela, cada vez mais abrangente, legislação e regulação europeia.

 

Numa entrevista recente, Emmanuel Todd — o autor do livro “A Derrota do Ocidente” — foi questionado sobre a crise política francesa e respondeu que “simplesmente, não tem importância”; comparando-a a uma crise política autárquica. “Mutatis mutandis”, o mesmo se aplica a Portugal, um País ainda menos influente do que a França.

 

O processo democrático está profundamente corrompido em todo o Ocidente, sendo notório que os governos eleitos não respeitam a vontade dos eleitores e que, portanto, não têm legitimidade eleitoral. A questão da imigração ilegal descontrolada pode ser apontada como exemplo: a população rejeita-a, mas os governos, sob os auspícios da Comissão Europeia, mantêm-na. Os países membros da União, que desafiam estas orientações, são vilipendiados e atacados.

 

Que diferença faz votar PS ou AD neste contexto político? Para a grande maioria dos portugueses e residentes legais e ilegais não faz diferença nenhuma. Apenas muda o jogo das cadeiras e as clientelas comerciais, no que diz respeito às negociatas locais, porque os negócios bilionários já foram cooptados pela UE — BigPharma e Defesa (só para dar alguns exemplos).

 

Os outros partidos políticos, como o Chega, a IL, o BE e o PCP, também não contam e está demonstrado que quando crescem e chegam ao poder (Itália e Holanda) são tão impotentes como os partidos tradicionais.

 

Que fazer? Perguntava Lenine em 1902 perante o desmoronamento do czarismo. A resposta, neste início do 3º milénio, não me parece tender para a revolução. O proletariado, propriamente dito, desapareceu do mapa político com a desindustrialização e a populaça apenas ambiciona “pão e circo”, que o sistema lhe proporciona em quantidades abundantes.

 

Aos jovens resta emigrar para longe desta Europa de negro futuro. Os BRICS são uma alternativa possível por ser constituído por países que ainda não estão carcomidos pelo niilismo Ocidental.

 

Outra opção, talvez para os mais entrados, será ficar e “cuidar do jardim”, da família e dos amigos, e desfrutar do que ainda temos, na esperança de que não sejamos engolidos por uma WWIII.

Sem comentários: