24 junho 2024

A Decisão do TEDH (240)

 (Continuação daqui)



240. O estertor do Estado de Direito

A religião judaica é uma religião de regras, uma Religião de Direito (a palavra direito vem do latim directus, que significa regra). Para a religião judaica, Deus está nas regras ou leis, isto é, nas Escrituras. Os chefes religiosos do judaísmo são "os doutores das leis", de que os fariseus eram o exemplo acabado (cf. aqui).

Cristo veio substituir esta concepção de Deus, segundo a qual Deus está nas leis, por uma outra, segundo a qual Deus está nas pessoas, a começar por Ele próprio. Os chefes religiosos do cristianismo são os pais ("padres") e as mães, que são aqueles que produzem pessoas. No cume da hierarquia está mesmo a figura do Papá.

O Estado de Direito, que é um Estado de regras, é um regime político radicalmente avesso à cultura cristã e católica dos portugueses. Ele enche o país de regras, burocratiza as relações entre as pessoas, dificulta o acesso ao Bem, à Verdade e à Justiça através de um emaranhado de leis e de interpretações das leis. Ele só é bom para os "doutores das leis" que vivem acima das leis e enriquecem e se promovem à custa da profusão e das contradições das leis, como quaisquer fariseus.

As leis e os "doutores das leis" são hoje o grande cancro da sociedade portuguesa. 

Como resultado, nós estamos a assistir ao estertor do Estado de Direito em Portugal. Para além de dois ex-primeiros-ministros, até o presidente da República, ele próprio um "doutor da lei", está hoje ameaçado de prisão, e o filho ainda mais. O Parlamento está transformado num enorme tribunal onde os "doutores da lei" acabam a ver se se põem uns aos outros na prisão.

(Continua acolá)

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