(Continuação daqui)
178. À gritaria e ao puxão de cabelos
Acerca da liberdade de expressão que ontem se tornou um assunto de discussão no Parlamento, convém começar por lembrar que não é uma tradição portuguesa. Antes pelo contrário, os portugueses ao longo da sua história o que fizeram foi combater a liberdade de expressão, designadamente com a Inquisição, que ainda hoje perdura no sistema de justiça em Portugal.
A liberdade de expressão é um valor da cultura masculina do protestantismo cristão e um valor importantíssimo por que no protestantismo chega a Deus pela discussão livre da ideias. No protestantismo, a liberdade de expressão é um valor sagrado.
Na cultura católica dos portugueses, a liberdade de expressão não tem valor sagrado nenhum, sendo a autoridade o valor sagrado correspondente. Os portugueses não chegam a Deus estudando as Escrituras e discutindo-as livremente, mas pela autoridade do padre. Este é que estudou as Escrituras e é ele que transmite ao resto do rebanho de Deus aquilo que elas dizem.
Mas, sendo assim, a que é que conduz a liberdade de expressão numa cultura católica e feminina como é a portuguesa?
Acaba como acaba sempre uma discussão entre mulheres - à gritaria e ao puxão de cabelos.
É isso que já se está a desenhar no Parlamento (cf. aqui).
(Continua acolá)
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