(Continuação daqui)
137. Terá de vir de fora
Os países católicos como Portugal não mudam através de reformas que gradualmente vão adaptando as instituições à realidade. Mudam de supetão, de maneira surpreendente e radical, passando do oito para o oitenta.
Aconteceu recentemente na Argentina com a eleição de Roger Milei e, em Portugal, nos últimos meses houve também duas mudanças radicais na sua vida pública.
A primeira aconteceu com a subida surpreendente do Chega nas últimas eleições legislativas, que quase triplicou a sua votação de dois anos atrás. Mais radical ainda foi a mudança que este fim de semana ocorreu no F.C. Porto. André Vilas-Boas venceu de forma avassaladora com mais de 80% dos votos.
Pode ser que estes sinais prenunciem uma mudança radical na mais importante instituição nacional a necessitar de mudança - a justiça.
Não vai ser fácil porque a justiça é o único dos três poderes do Estado que não é eleito. As três corporações de juristas que se apropriaram do sistema de justiça - advogados, magistrados do Ministério Público e juízes - e que o utilizam para a promoção dos seus interesses pessoais, corporativos, políticos e, às vezes, criminosos (como sucedeu no caso que culminou na presente decisão do TEDH), não vão querer largá-lo com facilidade.
Uma coisa é certa. A mudança radical que o sistema de justiça necessita nunca virá de dentro do sistema e nunca será feita por juristas. Terá de vir de fora e feita por não-juristas.
Mas como?
Não sei ao certo. Talvez de alguma dessas formas surpreendentes e radicais de mudança em que os portugueses parecem ser especialistas.
(Continua acolá)
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