(Continuação daqui)
42. O polvo
Foram muitas as surpresas que tive no Tribunal de Matosinhos, eram coisas que eu, na altura com 64 anos de idade, não imaginava que pudessem acontecer entre pessoas educadas pela Universidade e que ocupavam posições importantes em instituições públicas e privadas.
Uma delas aconteceu no dia em que foi depor Nuno Botelho, o presidente da Associação Comercial do Porto que, só à sua conta, forneceu quatro testemunhas à Armada (cf. aqui).
Nuno Botelho, que fora aluno de Paulo Rangel na Universidade Católica, vinha agora declarar com a maior candura em Tribunal que Paulo Rangel e Avides Moreira, director e subdirector da Cuatrecasas à data dos factos, eram também directores da Associação Comercial do Porto.
Mas não apenas isso, o pior estava ainda para vir. Em seguida declarou que a Associação Comercial do Porto era cliente da sociedade de advogados Cuatrecasas.
Sentado no banco dos réus, eu fiquei para morrer - pela candura, bem entendido.
O director e o subdirector da empresa fornecedora de serviços sentavam-se na direcção da instituição sua cliente.
O resultado foi o post "hereges" que, ainda hoje, é um dos mais partilhados de sempre deste blogue que em Novembro fará 19 anos: cf. aqui.
(Continua acolá)
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