28 fevereiro 2024

Mil e uma (14)

 (Continuação daqui




14. A mudança


O catolicismo é uma religião comunitária que procura fazer de toda a humanidade uma família. No centro da família está a Mãe, Maria, e a própria Igreja Católica (do grego: "Comunidade Universal)" é a imagem de uma Mulher, Maria, a ser servida por homens - os padres -, em especial por um deles -  o Papa.

Esta é a imagem da família na cultura católica: a mulher no centro da família e o homem a servir a mulher.

O protestantismo, e a democracia liberal que dele deriva, é anti-comunitário. Na realidade, a liberdade de que se reclama é a liberdade para cada indivíduo prosseguir os seus fins de vida sem estar restringido pelos ditames da comunidade, a começar pela família. Cada um por si - e isto é assim quer para homens quer para mulheres.

Nos últimos cinquenta anos, com o advento da democracia liberal em Portugal, um número crescente de mulheres portuguesas trocou o modelo católico de vida pelo modelo protestante, que é o da democracia liberal.

O modelo católico consiste em a mulher arranjar um marido que a sustente e aos filhos, sendo rainha na sua própria casa. O modelo protestante consiste em cada mulher ter um emprego como os homens e sustentar-se a si própria, passando ela própria a ser também a principal responsável pelo sustento dos filhos. Como o fardo da maternidade recai sobre as mulheres, muitas optaram pela função pública, que lhes permite maior flexibilidade de horários e maior segurança de emprego e rendimento.

De rainha em sua casa, onde aturava os filhos e o marido, passou a funcionária pública, onde passou a aturar o povo e o chefe da repartição.

Não é nada certo que a mudança tenha sido para melhor.

(Continua acolá)

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