( Continuação daqui)
6. A desordem democrática
"Nós tentamos fazer uma criação política estruturalmente portuguesa (...) a fonte principal dos nossos ensinamentos, a fonte de inspiração das grandes linhas da nossa construção política tem sido a nossa história, a tradição, o temperamento, a realidade portuguesa em suma.
"(...) A falta (...) de independência mental, que acompanhou a nossa decadência e, durante esta, nos levou tanta vez, à cópia servil do estrangeiro, seria naturalmente levada a encontrar inferioridade de ideal ou de construção no processo revolucionário português (...)
(...) Pesa-nos a autoridade, atrofia-nos a disciplina, seduz-nos o hipercriticismo por motivos fúteis, parece-nos salutar entretenimento desgastar homens e destruir governos: tudo é ainda filho da desordem democrática, instalada sem se dar por isso nas inteligências e nas vontades"
(Salazar, Discursos, 1938: "A Educação Política, Garantia da Continuidade Revolucionária", ênfases meus)
Comentário: Salazar considerava que o regime de democracia partidária em que Portugal viveu até 1926, e que acabou em desordem, era uma cópia servil do estrangeiro. Ele procurou montar o regime político do Estado Novo, como um regime distintamente português, assente na história, na tradição e na cultura do povo português, e nas circunstância do país à época.
Perante a "desordem democrática" que parece adivinhar-se outra vez, com a tendência nacional para "destruir governos", o grande projecto político português deveria ser a construção de um sistema político que não fosse "uma cópia servil do estrangeiro" (v.g., democracia partidária, ideologias do liberalismo anglo-saxónico ou do socialismo germânico), mas que assentasse na história, na tradição e na cultura dos portugueses, e fosse adaptado às realidades do século XXI.
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