(Continuação daqui)
10. Funchal
São arguidos no processo a ex-vice-presidente da Câmara do Funchal Idalina Perestrelo e o então responsável pelos jardins do município, Francisco Andrade, acusados pela prática, em autoria material, de 13 crimes de homicídio negligente, respondendo também por 24 crimes de ofensa à integridade física por negligência.
Fonte: cf. aqui
Desde há muitos anos que a população do Funchal falava, à boca pequena, da psicose da Idalina.
A psicose consistia em a Idalina atar um cordel a uma árvore, esconder-se atrás dos arbustos e, cada vez que passava um transeunte, puxar o cordel, a árvore caía e matava o transeunte.
Tão simples e tão letal quanto isto.
Era uma psicose que deixava muito tempo livre à Idalina porque ela só a praticava a partir das quatro da tarde. Por isso, só para ocupar o tempo, ela decidiu um dia candidatar-se, em eleições democráticas, a vice-presidente da Câmara do Funchal. A condição era que as eleições fossem democráticas, nada disso de nomeações que ela não era fascista.
O Ministério Público ainda avisou, em edital, o povo do Funchal: "Vejam lá o que é que vão fazer...".
Mas os funchalenses, naquela sua teimosia insular, foram mesmo para eleições e, pasme-se, a Idalina foi eleita.
A partir daí foi um vê-se-te-avias. Eram árvores a cair todos os dias, e funchalenses a morrer a toda a hora com árvores em cima do lombo, a partir das quatro da tarde.
Até que a Idalina foi apanhada numa tarde fria de Janeiro, muito quentinha, a comer castanhas, atrás de um arbusto, de cordel na mão.
O Ministério Público pede agora pena de prisão efectiva para a Idalina, embora não saiba ainda quem é que vai meter a vice-presidente da Câmara do Funchal, em substituição da Idalina.
Nos meios da Procuradoria-Geral da República tem sido muito falado aquele ditador polaco que visitou a Madeira no tempo de Salazar e que exclamou: "Bendito o país que manda os seus exilados políticos para a Ilha da Madeira".
Talvez o Adão, que está a precisar de umas férias do Sindicato.
(Continua acolá)
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