(Continuação daqui)
120. A alma mater
Os portugueses gostam tanto da democracia que duas das mais altas figuras do Estado democrático - presidente da República e primeiro-ministro - estão agora sob investigação criminal e sujeitos a irem parar à prisão.
É a própria democracia que está em vias de ser posta na prisão. Em ambos os casos, os indícios apontam para o crime de tráfico de influências - cunha, uma das mais genuínas tradições portuguesas, agora tornada crime.
Por outro lado, os portugueses parecem gostar tão pouco da Inquisição, na sua versão moderna do Ministério Público, que a decisão de a democracia ir ou não parar à prisão está largamente nas mãos da Procuradora-Geral da República.
É altura de perguntar: O que é que une estas três altas figuras do Estado democrático -, presidente da República, primeiro-ministro e Procuradora-Geral da República -, o que é que há de comum entre elas?
O facto de as três provirem da Faculdade de Direito de Lisboa (FDL), a alma mater da nova Inquisição e da cultura anti-democrática em Portugal.
O mal português actual tem largamente a sua origem aí, na cultura que irradia da FDL para os mais altos postos da governação do país. Os seus alumni chegam ao ponto de se perseguirem uns aos outros e de se desejarem ver uns aos outros na prisão.
(Continua acolá)
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