(Continuação daqui)
4. Convenientemente dirigido
-Sem paixão, sem excessivo nacionalismo, as qualidades do povo português são superiores aos seus defeitos... Bondoso, inteligente, sofredor, dócil, hospitaleiro, trabalhador, facilmente educável, culto.
-Culto?...
-Não se espante. Somos uma raça antiga, com velhas tradições e com sólidos princípios: a cultura do povo é compatível com o seu fraco nível de instrução.
-E quais os seus defeitos?
-Não é difícil classificá-los, enumerá-los porque, não sendo profundos, existem à flor da pele. Excessivamente sentimental, com horror à disciplina, individualista talvez sem dar por isso, falho de espírito de continuidade e de tenacidade de acção. A própria facilidade de compreensão, diminuindo-lhe a necessidade de esforço, leva-o a estudar todos os assuntos pela rama, a confiar demasiado na espontaneidade e brilho da sua inteligência. Mas quando enquadrado, convenientemente dirigido, o português dá tudo quanto se quer.
(Salazar, entrevista a António Ferro, 1938)
Comentário: O problema é esse. Excelente quando é dirigido, é um desastre quando é chamado a dirigir, como acontece numa democracia. Destrói as instituições, como agora se está a ver: governo, presidência da República, justiça...
(Continua acolá)
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