09 novembro 2023

Um passo de gigante (11)

 (Continuação daqui)




11. Um país de corruptos

Chegados ao final do terceiro dia, vai-se tornando cada vez mais evidente que não existe nada de substancial que sustente as suspeitas de corrupção do Ministério Público sobre o primeiro-ministro e seus colaboradores em torno dos negócio do lítio e do hidrogénio.

De nada vale o Ministério Público andar agora a lançar cá para fora histórias de embalar como a de que encontrou ganza em casa do ministro Galamba ou 70 mil euros em notas no escritório do chefe de gabinete do primeiro ministro.

Em negócios de milhares de milhões de euros, as comissões não se medem à escala das dezenas de milhar mas das dezenas de milhões de euros. E essas não aparecem. A Operação Influencer, como o Ministério Público lhe chama, vai ficar para a história como a maior palhaçada judicial entre as muitas que o MP tem organizado nestes 50 anos de democracia.

Mas é uma palhaçada com imensos custos para todos os portugueses. O assunto foi notícia em todos os principais meios de comunicação internacionais, e veio apenas três meses depois daquela outra Operação - esta com o nome mais pacóvio de Operação Picoas - envolvendo a Altice e que foi igualmente objecto de grande divulgação internacional.

Em relação a esta última Operação, a minha primeira reacção foi pensar que se tratava de um assalto do Ministério Público às fortunas do empresários Armando Pereira e Hernâni Antunes e escrevi uma série de posts precisamente com esse título - "O assalto".

Em retrospectiva esse título foi muito bem escolhido porque, desde então, passados, três meses, o único desenvolvimento que houve no processo foi o MP sacar 10 milhões de euros a Armando Pereira, em troca da sua liberdade (cf. aqui), talvez porque os procuradores do MP recebam uma comissão pelo dinheiro angariado em cauções a favor do Estado, à semelhança do que acontece com os trabalhadores do Fisco. 

A Operação Influencer em cima da Operação Picoas é dramática para a imagem e a credibilidade de Portugal no exterior. Investidores que considerariam aplicar dinheiro em Portugal, contribuindo para criar empregos e melhorar a qualidade de vida dos portugueses, deixam de o fazer sob o argumento "Se até os governantes eleitos pelo povo são corruptos, o que fará o povo...". E os nossos emigrantes que são, cada vez mais, jovens qualificados à procura de empregos no estrangeiro, ficam manchados e penalizados face aos concorrentes por virem de um país com uma cultura generalizada de corrupção.

Os custos que o Ministério Público impõe ao país e a todos os portugueses com os seus delírios criminosos são incalculáveis e constituem um verdadeiro crime de lesa-pátria. Portugal tornou-se hoje, aos olhos da comunidade internacional, um país de corruptos, e o maior símbolo de todos é o seu próprio primeiro-ministro.

É altura de os portugueses exercerem a maior força da democracia, que é a opinião pública, para pararem esta corporação de criminosos que é o Ministério Público. O advogado de um dos arguidos disse ontem que, depois do que aconteceu esta semana, o Ministério Público pode não ficar de pé (cf. aqui)

Oxalá.


(Continua acolá)

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