Como lidar com a politização da justiça?
A resposta está contida na pergunta: a única solução é política. Não acredito que se possa lidar com este problema através de uma reforma legislativa e que haja qualquer outra alternativa à política.
Na defesa da minha primeira premissa, chamo a atenção para os EUA, um país com um sistema judicial excelente e que se deixou politizar ao ponto das repúblicas bananeiras.
Se adotássemos, por exemplo, o paradigma norte-americano, que entrega a iniciativa judicial ao executivo, cairíamos de imediato numa politização ainda mais ostensiva e viciosa.
Todos os sistemas jurídicos são excelentes em boas mãos e péssimos nas mãos de escroques e corruptos. Com Salazar, por exemplo, nunca se chegou ao desconchavo actual, pelo crivo da seleção dos agentes.
A resposta política passa por retirar a venda à justiça e expor os interesses que a determinam e que são sempre os mesmos: poder e riqueza.
A ideia de uma justiça cega é mais uma dessas narrativas para papalvos. Nunca foi e nunca será porque os agentes da justiça têm a sua própria perspectiva do mundo, mesmo quando são incorruptíveis.
Uma ação como a Operação Influência deve ser desmascarada. “Qui Bono”? Esse é o âmbito da política, quem são os amigalhaços e quem são os adversários.
Pretender que a justiça é uma entidade virginal e impoluta, é como acreditar na “segurança e eficácia” das jabs e arregaçar a manga para a picada. No caso da justiça pode ser ainda pior, é baixar as calças e ficar a apanhar trevos. Não recomendo a ninguém.
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