O saudoso Prof. Pinto da Costa costumava dizer que a família é a instituição mais maligna que há. Penso que exagerava, por sentido pedagógico, para que os alunos se lembrassem de que a família, pelo menos, é muitas vezes a sede de abusos e violências intoleráveis. Território, claro está, do Prof. de Medicina Legal, ex-diretor do Instituto de Medicina Legal e também psiquiatra.
No que me diz respeito, não tenho razões de queixa significativas. Há sempre arrufos e desentendimentos, mas não há registo de ninguém ter deitado a mão ao arsénico ou ao veneno dos ratos, tanto quanto consigo regredir na genealogia.
Tenho 3 filhas, a S. que nasceu e reside em N.Y., a C. que nasceu no Porto e está a viver em Barcelona e a B. que nasceu no Porto e está em Praga a terminar o curso de medicina.
Não tenho a mínima razão de queixa de nenhuma delas, embora a C. tenha deixado de falar comigo sem que eu saiba porquê. Também não me atende o telefone, nem me responde a mensagens, que faço questão de serem muito fofas, com fotografias de mim e da Louise (Canis Lupus Familiaris – Frenchie). Como a C. é uma mulher independente, trabalha e tem um excelente companheiro, só posso estar feliz e contente por ela.
A única coisa que me desconsola, na família mais alargada (irmãos e cunhadas), é que raramente concordam comigo e, especialmente nos últimos anos, tenho perdido um bocado a paciência com eles, embora fraternalmente.
Acreditam no Estado Social, engoliram o Aquecimento Global como canja, ajoelharam-se no altar do SARS-CoV-2 como testemunhas do Altíssimo, inocularam-se com o tal veneno que fabrica proteínas espiculares (Spikes) e por fim renderam-se ao Zelensky como se fosse D. Sebastião, o Desejado.
Isto pede uma paciência de Jó, neste caso de Jó_aquim, mas também não posso ser muito crítico porque caem no mesmo paradigma da maior parte dos portugueses, que o famoso Almirante remeteu para os centros de vacinação, com mais facilidade do que um Border Collie remete as ovelhas para os redis.
Por outro lado, é sempre possível que seja eu que esteja errado e que faça aquela figura do tipo que vai na autoestrada contra o trânsito e que acusa todos os outros de estarem em contramão.
Nesse caso devem pensar que precisam de uma paciência do camandro para me aturarem.
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