O FIM DA HISTÓRIA
Começo a convencer-me que devo ser o último indivíduo da espécie humana que continua a defender a hipótese do Fim da História, como foi sugerida pelo Francis Fukuyama.
Este autor nunca afirmou que a história tinha acabado, a sua hipótese era apenas que a Democracia Liberal e Capitalista (DLC) podia ser o paradigma final da organização social e política dos povos.
Para Fukuyama, a DLC tinha emergido como o único modelo viável porque todas as outras alternativas tinham falhado, do comunismo ao fascismo. Como demonstração da sua hipótese, a explicação de Fukuyama é um pouco trôpega e, talvez por isso, enfunou os críticos que logo apontaram o sucesso da China, por exemplo, como prova de que havia outros modelos possíveis.
A minha fixação na hipótese do Fim da História, a razão da minha teimosia, não se radica em nenhuma análise histórica, nem modelo extraído da moderna “Ciência Política”. Eu continuo a acreditar no Fim da História pela via da sociobiologia do Edward O. Wilson, o génio que criou e desenvolveu esta disciplina e que tantos ataques sofreu por isso.
Ora Edward O. Wilson afirma que: "as espécies muito socializadas comportam-se como se soubessem que os seus genes proliferarão ao máximo ... orquestrando respostas comportamentais que se traduzem pela combinação ótima de sobrevivência individual, reprodução e altruísmo".
Poderá a DLC ser o modelo social e político que garante a máxima proliferação genética, combinando a sobrevivência individual com a reprodução e o altruísmo? Eu penso que é razoável pensar que sim e explorar esta ideia.
A DLC garante e confere liberdade, o direito a usufruir do resultado da ação legítima desenvolvida nessa liberdade (direito de propriedade) e o direito de buscar a felicidade.
É lógico pensar que nestas circunstâncias, os seres humanos poderão alcançar a máxima proliferação genética e, portanto, admitir que a DLC possa ser o Fim da História. A DLC permitiria ao Homo Sapiens ‹‹Crescer e Multiplicar-se›› (Genesis).
O conceito de máxima proliferação genética não corresponde à máxima reprodução e consequente sobrepopulação. Corresponde ao equilíbrio entre a reprodução e os recursos naturais existentes que lhe permitem a sobrevivência.
O envelhecimento das populações dos países com DLC é um elemento importante desse equilíbrio, que vai naturalmente oscilar até encontrar o ponto demográfico desejável.
O modelo chinês, que tantos admiradores tem no Ocidente, debate-se neste momento com graves problemas demográficos, demonstrando que não será alternativa a longo prazo. Poderemos não estar cá para ver, mas os dados estão lançados.
Continuo a defender o Fim da História, mas por motivos completamente diferentes dos grandes finalistas – Hegel, Marx e Fukuyama. Para mim, a DLC é o Fim da História porque acredito nos conceitos avançados pelo Edward O. Wilson.
Se a ‹‹Demografia é Destino›› (Auguste Comte) então podemos admitir em hipótese que a DLC é o destino da humanidade.
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