FORÇAR COMPORTAMENTOS

NÃO É PELA BONDADE DOS GOVERNANTES QUE TENS DEMOCRACIA, MAS SIM PORQUE A IMPÕES QUANDO ELEGES OS TEUS PRODUTOS E SERVIÇOS FAVORITOS

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Consumir é votar, é escolher o tipo de sociedade em que pretendemos viver. Quando consumimos enviamos uma mensagem aos produtores sobre o tipo de produtos e serviços que elegemos como favoritos e contribuímos, no final, para estabelecer preços. Preços que são um sinal do encontro entre a procura agregada e a oferta.

Se há carne à venda nos talhos, não é pela bondade do talhante (Adam Smith). É porque há procura por parte dos consumidores, que estão dispostos a pagar os custos da produção e uma margem de lucro para o investimento de capital. Se no talho, a carne de lombo é mais cara do que as vísceras, é porque o lombo é mais apreciado pelos consumidores e o preço reflete essa preferência.

Quando o Estado fixa os preços está, implicitamente, a condicionar a liberdade dos cidadãos e a impor uma sociedade disfuncional como na União Soviética, entre 1917 e 1991. A variedade e a qualidade da oferta de produtos sofre e os mercados tendem a colapsar. O mercado negro e as trocas diretas emergem de imediato e surge a repressão policial.

Retirar aos consumidores a possibilidade de adquirir os bens que entendem é destruir a sociedade que eles desejam e impor a sociedade com que os decisores sonham. Limitar as viagens de avião, por exemplo, ou a compra de combustíveis e o consumo de carne, é forçar uma sociedade indesejável. É violar a democracia e impor um tipo qualquer de ditadura.

Numa entrevista recente, Larry Fink, CEO da Black Rock, confessou que era necessário “FORÇAR COMPORTAMENTOS” para garantir os valores da Civilização Ocidental. Mesmo que isso arruíne algumas empresas- “go woke, go broke”.

É inimaginável o hubris que esta declaração encerra. O Sr. Larry sabe o que é melhor para a maioria dos seus concidadãos, que pela democracia não chegam lá e é preciso forçar.

O problema, contudo, para os Larrys deste mundo é que os consumidores vão continuar a fazer as suas escolhas e a forçar, pela via do consumo, a sociedade que pretendem. A menos que acabem com o dinheiro como o conhecemos e adotem uma moeda digital que permita às autoridades dirigir e controlar todo o consumo.

Ora, essa parece ser a via que “está em cima da mesa”. Acabar com a liberdade inerente às características da moeda e adotar uma espécie de “ControlCoins digital” para forçar comportamentos.

Como forçar comportamentos é impor um tipo de sociedade diferente da que os cidadãos escolhem, as ControlCoins serão o FIM DA DEMOCRACIA.

Parafraseando Adam Smith, NÃO É PELA BONDADE DOS GOVERNANTES QUE TENS DEMOCRACIA, MAS SIM PORQUE A IMPÕES QUANDO ELEGES OS TEUS PRODUTOS E SERVIÇOS FAVORITOS.