09 maio 2023

uma costela do BE


No post anterior referi que o Chega quer chamar os banqueiros ao Parlamento para obter explicações sobre o nível das taxas de juro e eventualmente legislar sobre elas afim de reduzir o diferencial entre taxas activas (empréstimos) e passivas (depósitos), que constitui a margem de comercialização da banca no seu negócio de transaccionar dinheiro.

Já recentemente o Chega quis legislar sobre as margens de comercialização dos supermercados sobre os bens alimentares. Em ambos os casos, trata-se de medidas que o  Bloco de Esquerda não desdenharia tomar. 

É uma pena que o Chega que é um partido novo e cujo programa se reclama de  liberal na economia tenha precisamente na economia o seu calcanhar de Aquiles. A prática do Chega no domínio da economia não se distingue do Bloco de Esquerda. O clímax desta semelhança aconteceu há poucos meses numa intervenção de um deputado do Chega no Parlamento: cf. aqui.

A Iniciativa Liberal, pelo contrário, tem o seu melhor na economia, mas na questão dos costumes não se distingue do Bloco de Esquerda.

É uma pena a dobrar que os dois mais jovens partidos da democracia portuguesa tenham, cada um a seu jeito, uma costela do Bloco de Esquerda - o Chega na economia, a IL nos costumes.

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