1. Puro comunismo
Nos últimos meses, a Igreja Católica tem sido falada em público sobretudo por causa dos abusos sexuais sobre menores e do relatório da chamada Comissão Independente sobre esta matéria.
Aproveitando a janela de oportunidade que este assunto abriu, uma tendência parece estar a desenhar-se dentro da Igreja portuguesa, que é um certo rebaixamento dos padres tradicionais em favor da ascensão de um laicado que tem uma agenda política socialista, incluindo as versões mais radicais do socialismo, como o comunismo.
A recém criada Comissão para a Protecção de Menores do Patriarcado (cf. aqui) é agora chefiada por José Souto Moura (em substituição do bispo Américo Aguiar), um ex-Procurador-Geral da República proposto para o lugar pelo governo socialista de António Guterres e nomeado pelo ex-presidente socialista, Jorge Sampaio.
Esta Comissão, composta quase exclusivamente por laicos, vai ser uma espécie de polícia dos padres tradicionais, zelando para que eles não abusem crianças. Outra figura da Comissão é o juiz Pedro Vaz Patto do Tribunal da Relação do Porto, membro do Movimento dos Focolares, o qual possui uma agenda socio-económica comunista.
É claro que se esta tendência se confirmar - a progressiva substituição em posições da Igreja do clero tradicional por um laicado de ideologia socialista - muita da responsabilidade deve ser atribuída ao Papa Francisco, que é um adepto do socialismo (senão mesmo do comunismo, cf. aqui), e a uma certa aversão (ou sentimento de superioridade) em relação ao clero tradicional, que é típica dos jesuítas.
Mas não apenas isso. A esfera onde o laicado em ascensão dentro da Igreja mais tem revelado a sua agenda socialista é na Economia. Ora, o Papa Francisco é o principal impulsionador de um conjunto de ideias económicas dentro da Igreja Católica referidas como "A Economia de Francisco" que surgiram recentemente como a última novidade do pensamento económico católico (cf. aqui). Trata-se, na realidade, de ideias económicas que são, não apenas antiquíssimas e profundamente obsoletas, mas que representam também puro comunismo.
Talvez nada disso deva surpreender vindo de um Papa jesuíta e da América Latina. Afinal, as primeiras comunidades comunistas da era moderna foram as chamadas Reduções que os jesuítas organizaram na América Latina (as mais célebres, no Paraguai, que faz fronteira com a Argentina, o país donde vem o Papa, cf. aqui). Os jesuítas já tinham inventado o comunismo na prática, muito antes de Karl Marx o ter inventado em teoria.
Porém, não convinha nada que o comunismo fosse trazido de novo para a actualidade portuguesa e europeia sob o nome de "A Economia de Francisco" por referência ao santo do qual o Papa tirou o nome.
(Continua acolá)
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