12 novembro 2022

Um juiz do Supremo (88)

 (Continuação daqui)

Cemitério de Bragança: o local onde o pai Marcolino em novembro de 2017 tomou conhecimento de que tinha sido interditado pelo tribunal da cidade.  Existe ainda hoje quem garanta que o viu às voltas no túmulo.


88. A interdição do morto

"Nessas ações esta decisão vai ter repercussão. Vou fazer um requerimento ao processo referindo que há um novo fundamento para ambas as anulações já que quando foram celebradas o meu pai já estava incapaz", frisou o filho de Francisco" (cf. aqui).

O filho de Francisco que assim fala também se chama Francisco, tem o nome do pai. É o juiz Francisco Marcolino que esconde a sua identidade para que o público não se aperceba que neste processo, que entretanto se tornou mediático, existe um juiz de um alto tribunal do país a agir na sombra e a fazer aquilo em que, desde há muito, se tornou especialista - manipular decisões judiciais e corromper a justiça em benefício próprio.

Em Bragança acontecem coisas extraordinárias. Nesse dia de novembro de 2017, o juiz Marcolino devia estar mais feliz do que nunca, porque aconteceu algo mais do que extraordinário, um verdadeiro milagre, sem qualquer intervenção humana, nomeadamente dele.

Um juiz do tribunal de Bragança declarou a interdição do pai Marcolino que tinha morrido quatro meses antes.

Um morto tinha sido declarado interdito. A partir daquele momento, o pai Marcolino que jazia no cemitério de Bragança desde julho, não podia mais praticar actos ou tomar decisões que afectassem a sua pessoa e os seus bens. 

O milagre não terminava aqui. A interdição do morto tinha efeitos retroactivos.

Contrariando os atestados de dois médicos psiquiatras e de uma psicóloga, o tribunal de Bragança - certamente baseando-se em exames mentais post mortem -, declarava ainda, com uma precisão matemática, que o pai Marcolino tinha ficado gagá exactamente seis anos antes, a partir de outubro de 2011 - exactamente, outubro de 2011 -, nem mais mês nem menos mês.

Coisas fantásticas acontecem em Bragança quando o juiz Marcolino está por perto, e não é só gajo ser sinónimo de corno


(Continua acolá)

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