13 outubro 2022

o perfeito fariseu

 


Na defesa que tem feito da legalidade do encobrimento de crimes de pedofilia no seio da Igreja, o juiz Pedro Vaz Patto faz a figura do perfeito fariseu (cf. aqui e aqui).

"Deixai vir a mim as crianças porque delas é o reino dos céus", disse Cristo nos Evangelhos

Porém, para o juiz Vaz Patto, que passa o tempo a moralizar ao ponto de frequentemente parecer um  bispo Edir Macedo do catolicismo, nos casos de encobrimento a moralidade passa para segundo plano, para dar a primazia ao legalismo, que é a principal característica dos fariseus (cf. aqui).

Ninguém está legalmente obrigado a denunciar crimes de que tenha conhecimento, excepto os funcionários públicos - incluindo os magistrados - e, mesmo esses, só no exercício das suas funções públicas e por causa delas, diz ele.

O detalhe dos "magistrados" é revelador. Um juiz que, durante um processo judicial, tenha conhecimento de um padre pedófilo é obrigado a denunciá-lo. Mas se fôr numa reunião da Conferência Episcopal Portuguesa já não tem essa obrigação.

O juiz está a proteger a sua própria pele para o caso de um dia destes a opinião pública exigir a cabeça de todos aqueles que nos últimos anos andaram a abafar os crimes de pedofilia no seio da Igreja.

O juiz, aliás, pertence a uma seita religiosa com tradições na matéria (cf. aqui).

Ele está muito mais preocupado em proteger os abusadores, aqueles que tiveram conhecimento dos abusos e os encobriram, e a reputação da Igreja, do que as crianças abusadas. Não aprendeu nada, porque provavelmente não quer aprender, com aquilo que aconteceu no seio da sua própria seita (cf. aqui)

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