Novo Semanário: "Nuno Afonso: André Ventura não consegue fazer política de forma séria"" (cf. aqui)
A recente crise no Chega em torno do deputado Gabriel Mithá Ribeiro deu alento a um movimento de oposição interna dentro do partido, a qual é liderada pelo seu ex-vice-presidente Nuno Afonso. Nada de mais legítimo, embora a crise Mithá Ribeiro, como lhe chamei (cf. aqui), não tenha nada que ver com este movimento oposicionista.
É igualmente legítimo que a comunicação social em geral, desejosa de abater o Chega e o seu presidente, André Ventura, abra as portas a tudo o que seja oposição a um e a outro, como aconteceu este fim-de-semana com o Novo Semanário que concedeu uma entrevista de quatro páginas a Nuno Afonso. Nem menos, quatro páginas com destaque de primeira página.
A parangona de que André Ventura não consegue fazer política de forma séria é que não me parece nada legítima, certamente que não da posição em que Nuno Afonso a proclama.
Nuno Afonso protagoniza a principal corrente de oposição interna à direcção de André Ventura. Mas, quem não souber, fica pasmado ao saber que Nuno Afonso faz parte da direcção de André Ventura (cf. aqui).
Convém repetir para que não haja enganos: o principal opositor à direcção do Chega liderada por André Ventura faz parte da direcção do Chega liderada por André Ventura.
Constata-se e não se acredita.
É que no próximo acto eleitoral interno, quando os militantes forem chamados a avaliar a performance do partido dirigido por André Ventura, no caso dessa performance ser medíocre ou má, os militantes ficam sem saber se o mau desempenho se ficou a dever à incompetência da direcção liderada por André Ventura ou se, pelo contrário, se ficou a dever ao facto de a direcção ter lá um director infiltrado a boicotar o trabalho de todos os outros directores, incluindo o do seu presidente.
Não é sério.
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