Um dos pontos de maior interesse do relatório da consultora britânica GCPS sobre os abusos sexuais de crianças no seio do Movimento do Focolares em França (cf. aqui) consistia em saber se Chiara Lubich, a fundadora do Movimento e sua presidente até à sua morte em 2008, estava a par da situação.
Em vários momentos do relatório, a Comissão de Inquérito sugere conclusivamente que sim. E não apenas isso. Chiara Lubich estava a par da situação e, ao longo de décadas, nada fez para a corrigir.
O principal abusador visado pelo relatório, JMM, era, de resto, um amigo próximo de Chiara Lubich:
"JMM was highly regarded by other members as an intellectual, an engineer, a journalist; somebody who was successful in his job, committed to the Movement, a consecrated member having dedicated his life to serve the Movement of Chiara Lubich, of whom he was seen as being a close friend" (cf. aqui, p. 19, ênfase meu)
Poucos anos após a sua morte, aproveitando a influência do Movimento dos Focolares no Vaticano, foi iniciado o processo de beatificação de Chiara Lubich, cuja primeira fase ficou rapidamente concluída (cf. aqui).
A questão agora é a de saber se vamos ter na Igreja Católica uma santa que encobria pedófilos.
Seria uma inovação.
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