04 fevereiro 2022

A revolução trotskista falhou

Desde que a democracia estabilizou em Portugal em meados dos anos 80, os últimos seis anos foram talvez o período em que a agressividade mais cresceu na sociedade portuguesa. Os revolucionários que produziram este resultado são marxistas, adeptos da luta de classes, adversários da burocratização da revolução proletária e defensores da Revolução Permanente - e, sem surpresa, têm o ódio sempre na boca.

Puseram, como há muito não se via no país, as pessoas umas contra as outras, trabalhadores contra os patrões, a sociedade contra os empresários mas, acima de tudo, as mulheres contra os homens atingindo no âmago a instituição onde cada um pode descansar e encontrar refúgio para as adversidades da labuta diária - a família. 

Não deram descanso um dia, uma semana que fosse,  todos os dias estavam na televisão, nos jornais, nas redes sociais, na Assembleia da República a criminalizar empresários e banqueiros, a maldizer patrões, a odiar maridos, a apontar o dedo ao próximo, a disseminar o ódio por toda a sociedade.

Não estou a falar do PCP. Os seus militantes - como o seu dirigente máximo tão bem ilustra -, estão demasiadamente velhos e cansados para lutas e para ódios. Querem sopas e descanso. Estou a falar do Bloco de Esquerda, esse partido dos grandes revolucionários trotskistas.

Sabendo como normalmente acabam os revolucionários, e sabendo de ciência certa como acabou o próprio Trotsky (cf. aqui), estes revolucionários de meia-tigela, em lugar de se assumirem como homens - porque os verdadeiros revolucionários são homens, como Trotsky - puseram um grupo  de meninas à frente do partido para fazer a revolução.

A revolução trotskista em Portugal, obviamente, falhou, porque tinha à frente um grupo de meninas e na rectaguarda um bando de cobardes. Enquanto elas se batiam na frente de combate e davam o corpo às balas, eles, na rectaguarda, ocupavam as posições mais conservadoras da sociedade, como a de professores nas universidades e um deles era mesmo conselheiro de Estado.

A uma maior exploração colectiva de jovens mulheres por homens maduros eu nunca assisti na minha vida.

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