28 dezembro 2021

uma cultura de paradoxos

Ao colocar Deus na esfera pública (cf. aqui), o CHEGA põe em evidência uma das mais importantes tradições do povo português - a sua tradição católica.

O catolicismo é uma cultura de paradoxos que foram magistralmente expostos por um convertido do anglicanismo, o escritor britânico G.K. Chesterton.

Um dos principais paradoxos do catolicismo está nas figuras de Cristo e Maria. Cristo é Deus, mas Maria não é deusa nenhuma, a sua importância teológica resultando apenas de ser mãe de quem é. Acontece, porém, que nas suas manifestações religiosas, o povo da tradição católica dá mais importância a  Maria do que a Cristo.

É aqui que reside o paradoxo. O cristianismo está centrado na figura de um homem (Cristo), mas na sua versão católica a figura mais venerada é a figura de uma mulher (Maria).

O cristianismo católico parece uma religião masculina mas é, na realidade, uma religião feminina, dando mais importância à mulher (Maria) do que ao homem (Cristo).

No catolicismo, aquilo que parece, raramente é. A regra é que a aparência não tem nada que ver com a realidade e, frequentemente, é oposta à realidade.

Acontece assim com o CHEGA. Parece um partido de homens, mas não há partido em Portugal que mais importância dê às mulheres. Vê-se logo na importância central que dá á família (cf. aqui) - a primeira e a mais fundamental das comunidades - que tem sempre no centro uma mulher (mãe), à semelhança de Maria. E, depois, na primazia que atribui aos filhos dessa mulher (cf. aqui, ponto 6).

O CHEGA, ao contrário do que parece, é o partido onde devem votar as mulheres.

Pelo contrário, o socialismo, em todas as suas variantes, releva da cultura protestante e luterana do norte da Europa que não venera a mulher (Maria) e que só dá importância ao homem (Cristo), e que se exprime no princípio protestante "Solo Christo".  Esta é uma cultura centrada no homem e que desvaloriza a mulher.

No socialismo, a mulher não é valorizada. A origem da importância e da autoridade de uma mulher está, em primeiro lugar nos seus próprios filhos. São eles que lhe dão importância e lhe reconhecem a autoridade. Ora, no Portugal socialista de 2021 nunca as mulheres portuguesas tiveram tão poucos filhos desde que há registo (cf. aqui), um indicador da pouca importância futura que Portugal atribuirá às mulheres.

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