"Entre os contratos assinados entre 1 de janeiro e 30 de junho [de 2019] (podendo haver muitos que já foram assinados e ainda não publicados no portal da contratação pública), quase metade do total adjudicado foi um contrato do Banco de Portugal com o escritório Cuatrecasas, Gonçalves Pereira & Associados, no valor de 3 milhões de euros com uma prazo de execução de 3 anos" (cf. aqui, ênfase meu).
Em instituições em que o PSD está no poder [Banco de Portugal: governador Carlos Costa, PSD], a Cuatrecasas está sempre lá para mamar nas tetas da vaca.
Eu gostaria de perguntar aos eleitores do PSD que são leitores deste blogue, se acham isto bem, adjudicar contratos de milhões de euros de algo tão fluido como são serviços de assessoria jurídica, à mesa do restaurante, aos amigos, por ajuste directo, no valor de milhões de euros.
Somente nos últimos 5 anos (2015-2020) da governação de Carlos Costa (PSD), o Banco de Portugal adjudicou, por ajuste directo, mais de 6,5 milhões de euros em contratos à Cuatrecasas, uma média de um milhão e duzentos mil euros ao ano (cf. aqui).
Desde então não há mais ajustes directos do Banco de Portugal à Cuatrecasas. A razão é que o novo governador - Mário Centeno - é do PS.
Nota: Está obviamente fora de questão a integridade pessoal do ex-governador Carlos Costa, que eu próprio posso atestar. Aquilo que pretendo mostrar é que Portugal está tomado de assalto pelos dois partidos do sistema, directamente ou através de instituições que eles próprios controlam e de que as grandes sociedade de advogados são excelentes exemplos.
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