Sem rival à vista, a grande batalha das eleições autárquicas na cidade do Porto este ano será entre o incumbente Rui Moreira e o procurador do Ministério Público, Nuno Serdoura, que o acusa de um crime de prevaricação (pena máxima: 8 anos de prisão) e lhe quer tirar o mandato (cf. aqui).
Nuno Serdoura (coadjuvado pela sua colega Ana Margarida Santos) está, no Porto, para o presidente Rui Moreira como o procurador-chefe da Operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol, está, no Brasil, para o presidente Lula da Silva.
O objectivo dos procuradores, em ambos os casos, é pôr os presidentes na prisão e impedir que eles se recandidatem à presidência do Porto, num caso, do Brasil, no outro.
Deltan Dallagnol conseguiu os dois objectivos, Nuno Serdoura está a caminho.
No recente julgamento de suspeição de Sérgio Moro - o juiz que condenou Lula -, no Supremo Tribunal Federal, o juiz Gilmar Mendes, dirigindo-se aos seus pares, depois de levantar a mesma questão acerca de Moro, pergunta acerca de Dallagnol: "Vocês comprariam um carro do Dallagnol?" (cf. aqui; em vídeo: cf. aqui).
Para o mais alto tribunal do Brasil, este parece ser um critério da credibilidade dos procuradores do Ministério Público. Talvez seja de adoptá-lo também no Porto e perguntar: "Você comprava um carro ao Serdoura?"
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