O jornalista americano Glenn Greenwald, que publicou as mensagens trocadas entre os procuradores da Operação Lava Jato no Brasil, incluindo o juíz Sérgio Moro, vai publicar um livro.
O ´livro tem o título sugestivo de "Securing Democracy" ("Garantindo a Democracia"). Segundo o autor, "Eu via a Vaza Jato como sendo tanto sobre a viabilidade de uma imprensa livre e dos valores democráticos da era Bolsonaro quanto sobre corrupção e impropriedades dentro do Judiciário e do Ministério Público" (cf. aqui, ênfases meus).
O livro será primeiro lançado em inglês, nos EUA, Reino Unido e Canadá, não existindo ainda data marcada para a sua edição em português no Brasil. É nos países anglos-saxónicos de forte tradição democrática e com uma justiça democrática que o livro pode causar maior sensação.
Pode ser que o livro consiga provocar escândalo internacional suficiente ao mostrar como funciona o sistema de justiça penal do Brasil e que leve à reforma democrática desse sistema, a qual nunca foi feita. Trata-se de um sistema de justiça penal que é persecutório, inquisitorial, parcial, acusatório - numa palavra, corrupto
Os benefícios para Portugal seriam enormes, porque não foram os brasileiros que inventaram o sistema de justiça penal que hoje possuem, mas foram os portugueses que o implantaram lá. O escândalo internacional que o livro possa conseguir será tão benéfico para a reforma do sistema de justiça no Brasil como para Portugal.
Ninguém vai conseguir combater a corrupção num país, como o Brasil ou Portugal, onde a corrupção está, em primeiro lugar, no sistema de justiça.
A julgar pelo título, a tese principal do livro parece ser a de que, com o sistema de justiça que possui, a democracia não vencerá no Brasil.
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