12 dezembro 2020

Camarate, 1980 (6)

 (Continuação daqui)


6 - LIVROS SOBRE CAMARATE 

Todos os livros editados defendem a “tese do atentado”. O último, porém, constitui uma análise minuciosa dos milhares de páginas que ao longo de tantos anos foram escritas sobre este tema e desmonta esta espécie de armadilha que se tem querido impingir ao povo português tentando convencê-lo de estratégias de atentado que nunca tiveram uma base sólida nem nunca foram provadas.

O título do livro “O grande EMBUSTE”, só por si, diz tudo e eu acrescento o seguinte: Na tarde do dia do acidente o Cmdte Inácio Passos, disse-me que tinha vindo “cá abaixo” para transportar o Primeiro-Ministro para o Porto no seu Cessna 414, novo, oferecido aos distintos passageiros pela RAR, Refinarias de Açúcar Reunidas. 

Por outro lado, um avião da TAP saía de Lisboa para o Porto à mesma hora e, finalmente, havia também o Cessna 421 venezuelano, velho, repleto de avarias e SEM SEGURO.

Estavam, pois, 3 aviões à disposição da ilustre comitiva. Como poderiam os sabotadores saber que avião tomaria Sá Carneiro se os próprios pilotos só disso foram informados em cima da hora? Estariam preparados para instalar bombas em 3 aviões diferentes? E como poderiam entrar no Aeroporto de Lisboa e penetrar no “lado ar” com armas e bagagens? Por ali só poderiam passar pilotos e técnicos de aviação minuciosamente revistados.

E como poderiam deslocar-se dentro do lado ar se só viaturas oficiais fornecidas pelas operações do aeroporto com motoristas seus, podiam ali circular? Passar para esse lado era e é como atravessar a fronteira. Naquela época, antes da entrada em vigor do tratado SCHENGEN, as exigências para deixar alguém passar para o lado ar eram ainda mais rigorosas.

(Continua)

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