01 agosto 2020

que nem um general

"Banco de Portugal e Finanças deram luz verde às vendas do Novo  Banco" (cf. aqui).

Aquela "investigação" do Público - a que faço referência no post em baixo - sobre a venda de imóveis do Novo Banco sempre me pareceu semelhante às investigações do Ministério Público.

Com duas diferenças apenas.

Afinal, o mau da fita não é nem o Lone Star, nem o fundo Anchorage das Ilhas Cayman, nem a administração do Novo Banco. Tudo foi feito com o consentimento do Fundo de Resolução onde se sentam representantes do Banco de Portugal e do Ministério das Finanças.

O mau da fita é obviamente o Estado português que vendeu o Novo Banco ao Lone Star falsificando a sua contabilidade (sobrevalorizando activos). 

(Este é um dos crimes atribuídos pelo Ministério Público a Ricardo Salgado no caso BES - a falsificação da contabilidade. No caso do Novo Banco, como foi o Estado a cometê-lo, o Ministério Público já não deve ver crime nenhum porque não convém afrontar o patrão).

Quanto às diferenças:

A primeira é que as investigações do Ministério Público são muito mais demoradas do que as investigações do Público.

A segunda é que os investigadores do Ministério Público ganham muito mais do que os investigadores do Público.

Dois anos após assentarem praça e já ganham que nem um general (cf. aqui)

Sem comentários: