IV: Só pega de empurrão
Eu vou agora resumir as relações entre o DIAP e o Joãozinho que apresentei em três posts anteriores para tirar uma conclusão.
O primeiro momento dessas relações ocorre entre Fevereiro e Junho de 2018, durante o meu julgamento por ofensas aos advogados da Cuatrecasas em que o Ministério Público alinha com os acusadores privados (Cuatrecasas e administradores do HSJ) contra mim.
O juiz é escolhido a dedo e é especialista em criminalidade financeira. O cenário está montado para uma avalanche de gente ligada ao PSD, sobretudo advogados, aliada ao magistrado X, cair sobre mim à procura de crimes financeiros na minha esfera pessoal, empresarial ou da própria Associação Joãozinho.
Se os tivessem encontrado, eu seria hoje o vendedor de coco perfeito sobre o qual estariam neste momento a ser descarregados todos aqueles presumíveis crimes que o DIAP anda agora a investigar junto dos seus anteriores companheiros de acusação - a administração do HSJ e a sociedade de advogados Cuatrecasas.
O segundo momento ocorre em Abril do mesmo ano. No seguimento dos protestos de um pai indignado, Jorge Pires, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros vem a público levantar suspeitas sobre os contratos de aluguer dos contentores. Estamos ainda no período em que o DIAP é chefiado pelo magistrado Y, o qual só terminará o seu mandato em Setembro desse ano.
A Cuatrecasas estará presumivelmente envolvida nesses contratos, como assessora jurídica do HSJ. Não existe notícia de que o DIAP tenha aberto qualquer inquérito na altura. Somente em Março deste ano, já sob a direcção do procurador João Rato, o DIAP admite a existência de um inquérito, mas sem resultados ainda. Estamos em Novembro e a situação mantém-se.
Finalmente, há pouco mais de duas semanas, vem a público que o HSJ está a ser investigado pelo DIAP pelos donativos que recebeu para o projecto Joãozinho. Pelo alvoroço que se verificou na Cuatrecasas no final da Primavera, a minha convicção é que a Cuatrecasas também está a ser alvo do inquérito. É também minha convicção que o inquérito foi desencadeado pelo Ministério da Saúde, que terá enviado para o DIAP os resultados de uma inspecção ao HSJ sobre a ala pediátrica realizada em Maio de 2018 pelo inspector da IGAS João Marques.
A conclusão que pretendo tirar é a seguinte. Quando se trata de alinhar com a Cuatrecasas e o HSJ contra mim, o DIAP age espontaneamente. Mas quando se trata de agir contra o HSJ e a Cuatrecasas, o DIAP precisa de ser empurrado, num caso pela bastonária da Ordem dos Enfermeiros, no outro pelo Ministério da Saúde.
Em suma, contra o HSJ e a Cuatrecasas o DIAP só pega de empurrão.
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