O armazém de Sacavém
Fazendo contas à la Guterres, depreende-se da informação contida neste post (cf. aqui) que a Cuatrecasas, entre 2011 e 2013, facturava a Câmara do Porto à taxa média de 55 euros à hora pelos seus serviços de assessoria jurídica. Nada mau, para quem tinha, já nessa altura, um armazém na Maia com capacidade para armazenar 120 milhões de horas de assessoria jurídica todas prontas a ser facturadas (cf. aqui).
Havia que escoar o stock. Uns milhares para a Câmara do Porto, talvez um pouco menos para as Câmaras de Boticas, Marco de Canavezes e Santa Maria da Feira, mais uns milhares para o Hospital de São João e a Associação Comercial do Porto e, em menos de um fósforo, o armazém ficava esvaziado.
A curiosidade é que, sendo na altura o Paulo Rangel o director da Cuatrecasas, todas estas instituições tinham à frente gente do PSD. É mais fácil escoar o stock quando o dinheiro é público e do outro lado está uma mão amiga para assinar o cheque.
Verdadeiramente bombástico, porém, em relação à Cuatrecasas não é o que se passou nos últimos anos no seu escritório do Porto em termos de ajustes directos, mas o que se passou em Lisboa este ano, de tal modo que mereceu o destaque do "contrato da semana" em Abril passado. Por ajuste directo, o Banco de Portugal fechou um contrato com a Cuatrecasas-Lisboa pelo valor de 3 milhões de euros (cf. aqui).
À taxa de 55 euros à hora dá perto 55 mil horas em serviços de assessoria jurídica.
(Nota: O armazém da Cuatrecasas-Lisboa fica em Sacavém e tem capacidade para armazenar 600 milhões de horas de assessoria jurídica)
Sem comentários:
Enviar um comentário