O juiz Sérgio Moro, agora Ministro Sérgio Moro, é um provinciano do Paraná que um dia se convenceu que iria mudar o mundo. E teve muita gente por trás, a empurrá-lo, a dizer-lhe que conseguiria. E ele, muito novo - todo aquele processo Lava Jato era muita areia para a camioneta dele - deixou-se ir.
(Nota: As audiências do Portugal Contemporâneo, oriundas do Brasil, aumentaram exponencialmente nos últimos dois dias)
1 comentário:
O nosso sistema jurídico foi montado para proteger malfeitores do colarinho branco. Até recentemente, os cargos de juiz e procurador eram preenchidos na base da pistolagem política. Isso começou a mudar durante a ditadura militar, com a criação da Justiça Federal de 1ª Instância e com a imposição de concursos públicos para juízes federais e procuradores do MPF (aqui, temos também uma justiça estadual). Tais medidas permitiram que jovens, provincianos e idealistas, entrassem no sistema por méritos próprios.
Infelizmente, no topo, tudo continuou como dantes, com o preenchimento dos cargos dos tribunais superiores dependendo de indicação política. Isso, somado à ampliação das imunidades e criação de mil e um recursos, tornou quase impossível a punição dos ladrões do dinheiro público. Por isso, Sr Arroja, a esperança dos depenados passou a residir justamente nos jovens que querem mudar o mundo.
É com tristeza que leio suas críticas aos métodos da Lava jato. Elas são injustas, talvez pelas suas fontes e por uma visão idealizado de um sistema jurídico, que está muito distante da realidade brasileira. Sobre as fontes: o Brasil 247 (2+4+7 = 13 = nº do PT) foi citado como beneficiário do propinoduto nas delações da Lava jato; GGN é território lulopetista e o Sr Eugênio Aragão, procurador aposentado e ex-ministro de Dilma Roussef. Todos eles, por motivos óbvios, abominam a Operação Lava Jato e tentam fazer tempestade com um copo d'água furtado de algum lugar.
A corrupção revelada pela Lava Jato era tão grande que, para combatê-la, foi necessário a criação de uma força tarefa, reunindo procuradores, delegados e auditores fiscais, tudo sob a coordenação (no início) do juiz Sérgio Moro, que também inquiria os investigados (como um juiz de instrução). No Brasil, conversas entre juiz, advogado e procurador são corriqueiras, mesmo "fora dos autos". Por exemplo, investigação recente da Polícia Federal descobriu que, na véspera do julgamento de um recurso, o investigado, o então senador Aécio Neves, conversou com o juiz do STF encarregado do caso, ministro Gilmar Mendes (ambos coincidentemente também detestam o Dr Moro e a Lava Jato).
Para concluir, os brasileiros estão se lixando para a opinião da corruptocracia, dos seus aliados defensores de corruptos e das leis da UE. O juiz (sem aspas) Moro prestou um serviço inestimável ao país mandando para a cadeia, legalmente, algumas das maiores ratazanas do dinheiro do povo, algo inédito em nossa história. Se os seus inimigos não atrapalharem, será um ótimo ministro da Justiça e, quiçá, também do STF.
Saúde e paz.
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