A política tornou-se num “reality show” por onde vão passando figurantes à procura de protagonismo e de votos, com as posturas mais escaganifobéticas que se possa imaginar.
A ideologia morreu, a coerência vaporizou-se e até a lógica foi lapidada na praça pública por atentado à histeria pacóvia da populaça. O emocionalismo substituiu a razão (Rand) e regredimos, a nível intelectual, a uma verdadeira idade das trevas.
Os jovens não leem um jornal e muito menos livros. E até a nível universitário é raro passarem dos Power Points. ‹‹Quem não lê não tem qualquer vantagem competitiva sobre um analfabeto›› – e, portanto, é natural que nos sintamos arrastados por um tsunami de ignorância.
Como ‹‹em terra de cegos quem tem um olho é rei›› não é de espantar o aparecimento de celebridades na arena política. O tipo com mais desfaçatez, mais troca-tintas e mais jogo de cintura, ascende aos mais altos cargos e derrota, com facilidade, os políticos profissionais.
Quando o presidente dos EUA perguntou ao nosso Presidente da República sobre uma possível candidatura do CR7 à presidência não andava muito longe da realidade, ele próprio deve considerar-se uma espécie de CR7 da construção civil que teve sucesso na política.
Até há bem pouco tempo eu desconhecia a Sra. D. Cristina Ferreira, mas depois do célebre telefonema do PR e da cataplana do AC, a dama adquiriu um protagonismo político que a pode colocar na rampa para Belém. Por que não?
Ora é neste contexto, gostemos ou não, que está o “debate político” e é para este registo que os partidos devem preparar os seus programas e propostas.
No próximo post prometo deixar umas dicas que possam ser úteis aos novos partidos, isto porque os velhos já têm a ronha toda.
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