No seu artigo de hoje no Observador, o Prof. Mário Pinto (cf. aqui) espera que a Iniciativa Liberal contribua para democratizar a democracia portuguesa. Eu também.
Gostaria, a este respeito, de tratar de um tema - que tem, inevitavelmente, que ver com o catolicismo - em que a democracia portuguesa não é nada democrática. Refiro-me à laicidade do Estado.
O Estado democrático português define-se como sendo laico. Mas este é precisamente um aspecto em que a democracia portuguesa não é nada democrática. É que, embora o Estado seja laico, o povo português é maioritariamente religioso (e católico).
Uma das consequências da laicidade do Estado é a de que os políticos sistematicamente omitem Deus e a religião dos seus discursos, e esforçam-se por evitar citar autores religiosos, sobretudo se forem padres, para mostrarem a sua independência em relação à religião.
Além de falta de representatividade democrática, estão a cometer um grande erro da razão, que é o de passarem a utilizar uma razão amputada - como lhe chamou o Papa Bento XVI -, uma razão que omite uma parte importante da realidade - a saber, a de que a esmagadora maioria dos portugueses são católicos.
Eu desejaria que o discurso político da Iniciativa Liberal vença o preconceito e não se iniba de citar um Papa, uma Encíclica, o próprio Catecismo da Igreja Católica, quando crédito lhes fôr devido.(Como fez o Prof. Mário Pinto citando o Compêndio da Doutrina Social da Igreja). Cairá bem à maioria dos portugueses, reforçará a credibilidade da sua mensagem e, sobretudo, é uma questão de verdade e de justiça.
O Papa Emérito Bento XVI - provavelmente, o maior teólogo católico dos últimos séculos - é uma fonte riquíssima de inspiração para promover o programa da Iniciativa Liberal.
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